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MNE garante apoio consular a cidadão português detido na Guiné Equatorial

O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, garantiu hoje, na Praia, apoio consular ao cidadão português detido sem acusação na Guiné Equatorial há mais de um ano.

MNE garante apoio consular a cidadão português detido na Guiné Equatorial
Notícias ao Minuto

18:17 - 20/03/24 por Lusa

País João Gomes Cravinho

"Eu tenho vindo a falar com o meu colega da Guiné Equatorial sobre essa matéria, o embaixador [da Guiné Equatorial] em Lisboa também tem vindo a falar, o nosso embaixador em Malabo [também], portanto, estamos a fazer aquilo que está ao nosso alcance em relação ao cidadão, nomeadamente, dando-lhe o apoio consular que a nossa Embaixada em Malabo pode dar com visitas do embaixador", afirmou o chefe da diplomacia portuguesa.

Questionado pela Lusa, na cidade da Praia, à margem da sua intervenção na 3.ª Conferência Anual de Política Externa (CAPE) do arquipélago, Cravinho respondeu que espera que a situação seja resolvida.

O empresário português Nuno Pimentel está detido sem acusação na Guiné Equatorial há mais de um ano, e acusa as autoridades locais de sequestro e de tortura.

A mulher de Nuno Pimentel, Reina Pimentel, cidadã equato-guineense, também foi detida, e depois libertada, em finais de 2022, por uma alegada falta de pagamento de um aluguer de um veículo.

O caso de Nuno Pimentel envolve o diretor-geral equato-guineense das Obras Públicas, Justino Nchama Ondo, sobrinho do Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema, e filho de Armengol Ondo Nguema, irmão mais novo do chefe de Estado, durante muitos anos seu chefe da segurança e considerado o homem mais influente do regime.

No dia 09 de dezembro de 2022, Justino Nchama Ondo "sequestrou" o empresário português, com o apoio de dois homens, num hotel em Malabo, de acordo com o texto de uma queixa de Pimentel ao Tribunal de Primeira Instância e Instrução de Luba, consultada pela Lusa.

Nessa queixa, Pimentel relata que foi "torturado", tendo-lhe sido infligidas "lesões graves", e levado para Luba, onde foi deixado na esquadra principal local.

Alogo de Obono, neto do Presidente equato-guineense, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, advogado especializado em direito internacional, docente universitário em Paris e presidente de uma organização não-governamental de combate à corrupção com sede na capital francesa, disse na altura à Lusa que Nuno Pimental está a ser alvo de "extorsão" num processo de corrupção "clássico e muito conhecido na Guiné Equatorial".

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