As autoridades continuam a tentar desvendar o paradeiro de Véronique e Laurent Blond, um casal de padeiros franceses que desapareceu sem deixar rasto, na Madeira, a 16 de março, quatro dias depois de terem aterrado na ilha.
A dupla, natural de Beaumont-de-Lomage, que estava de férias no arquipélago português com uma das duas filhas, saiu da casa que tinha arrendado, no Porto Moniz, para fazer uma "pequena caminhada", como contou a jovem Johanna ao La Dépêche.
Foi ela quem deu o alerta às autoridades para o desaparecimento dos pais, cerca de cinco horas depois destes terem saído do local. Às 19 horas, quando o sol se começava a pôr, tentou contactá-los, mas sem sucesso. Por volta das 20 horas, chamou a polícia.
Até hoje, Johanna, que entretanto voltou a França, não sabe o que poderá ter acontecido aos pais. "Procuramos em muitos lugares, inclusive lugares onde acho que nunca iriam, mas a partir de certa altura já achamos tudo", disse, admitindo estar arrasada.
Ao Point, Johanna fez mais algumas confidências, entre as quais que o pai era "um pouco taciturno" e que não deu grandes detalhes sobre a caminhada que iam fazer. Contudo, "estavam vestidos de uma forma muito simples, queriam dar um passeio, apenas para conhecer os arredores de São Vicente", "para aproveitar o ar puro e o sol", uma vez que tinham feito uma “caminhada muito cansativa" no dia anterior.
Segundo o Le Parisien, a última imagem de Véronique e Laurent foi captada por uma câmara de vigilância localizada perto da casa de férias, às 14h49 do dia 16 de março. Na filmagem, o casal aparece a caminhar em direção a leste, perto da costa.
Por sua vez, o sinal do único telemóvel que levaram para a caminhada foi rastreado pela última vez no norte da ilha da Madeira, num perímetro de 15 quilómetros de São Vicente. Já testemunhas garantem ter visto o casal por volta das 17h45 em direção ao Porto Moniz.
"Quem desaparece numa ilha tão pequena? Não faz sentido"
Johanna não está convencida que os pais desapareceram voluntariamente. "Quem é que desaparece numa ilha tão pequena? Não faz sentido", disse a este jornal, numa outra entrevista, acrescentando que os pais, que estavam casados há 35 anos, davam-se "muito bem" e continuavam "apaixonados" um pelo outro.
A investigação, contudo, não excluiu qualquer hipótese. Tanto as autoridades francesas como as portuguesas continuam a tentar resolver o mistério do desenvolvimento de Véronique Laurent.
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