Clube das distritais lamenta morte de jovem jogador no naufrágio em Tróia
Francisco Neves alinhava nos sub-12 do emblema de Grândola.
Notícias ao Minuto | 08:27 - 09/04/2024© Polícia Marítima
País Tróia
Ricardo e Francisco Neves, pai e filho, de 45 e 11 anos [idade entretanto revista], e os irmãos Gabriel e José Caeiro, de 30 [idade também corrigida] e 21 anos, pagaram 50 euros cada um para embarcar no passeio de domingo que ceifou a vida a pelo menos dois deles, continuando os outros dois desparecidos.
Iam no barco com o timoneiro Manuel Coelho, proprietário da embarcação de pesca, um homem de 62 anos. Este foi resgatado com vida do mar, por outro barco que passou na zona, e, também no domingo, foram localizados e retirados os corpos de Francisco e de Gabriel.
Segundo relata o Setubalense, o grupo de amigos ia aos chocos a bordo da embarcação de pesca de recreio ‘Lingrinhas’, na zona do cambalhão e, quando regressavam a terra, foram surpreendidos por um golpe de mar. Apesar das manobras efetuadas, a embarcação virou-se e acabou por afundar.
O até agora único sobrevivente, o timoneiro, ainda os avistou e chamou por eles, mas desapareceram os quatro. O jornal conta que Manuel Coelho revelou à Polícia Marítima que uma onda cuspiu todos da embarcação, tendo sido já no mar que ainda avistou os restantes quatro ocupantes. Chamou-os, mas nenhum conseguiu chegar até ele, que se agarrou a uma boia de salvação.
A criança seria o único com colete posto.
Segundo o mesmo meio, os quatro moravam em Grândola. Ricardo com a mulher e o filho Francisco no bairro do Isaías, Gabriel na aldeia de Cadoços com a mulher e filha, e José em Canal Caveira com os pais e irmão.
Os irmãos Gabriel e José estariam a participar no plano de pescaria pela primeira vez, a convite de Ricardo. Era a segunda vez de Ricardo na pesca do choco e o filho Francisco terá insistido para se juntar.
A tragédia deu-se perto das 7 horas da manhã de domingo, mas só três horas depois do naufrágio, pelas 10 horas, é que foi dado o alerta por uma embarcação que passava.
Os dois corpos encontrados logo no domingo eram os do pequeno Francisco, de 11 anos, e o de Gabriel Caeiro, de 30 anos. José Caeiro, seu irmão, continua desaparecido, bem como o pai de Francisco.
Ricardo Neves, 45 anos, entusiasta da caça em Grândola, só recentemente ganhou gosto pela pesca desportiva, frisa o jornal local. Gabriel trabalhava numa herdade em Canal Caveira como agricultor e era aí que o seu irmão, José, de 21 anos, vivia com os pais. Haverá um outro irmão que era para ir também no passeio de domingo, mas que mudou de ideias.
No Facebook, o Clube Recreativo Grandolense lamentou a morte de Francisco Neves, atleta pelas camadas de formação de futebol do clube.
“Uma perda desta natureza deixa um vazio irreparável nos nossos corações e na história do nosso clube. Que as memórias do Francisco possam trazer algum conforto aos que ficam. Descansa em paz, querido Francisco”, pode ler-se.
Buscas retomadas e alargadas
As buscas para encontrar os dois desaparecidos - Ricardo e José - foram retomadas às 7h30 desta quarta-feira e alargadas "a oito milhas náuticas", segundo o porta-voz da Autoridade Marítima Portuguesa.
De acordo com o comandante José Sousa Luís, as buscas foram iniciadas às 7h30, tendo a área sido alargada a oito milhas náuticas (cerca de 14 quilómetros) para oeste e para sul.
Nas operações de busca por mar estão envolvidos o navio NRP Sines da Marinha, uma lancha Instituto de Socorros a Náufragos (Estação Salva-vidas Sines e Polícia Marítima da Estação Salva-vidas de Sesimbra).
Por terra estão empenhadas uma viatura de vigilância costeira da Polícia Marítima com um 'drone' e outro 'drone' da Marinha e uma moto 4 da Polícia Marítima.
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