Hospital de Abrantes denuncia "atos criminosos" após filmagens a utentes

A administração da ULS do Médio Tejo refere que os "atos criminosos" já foram denunciados às entidades competentes, inclusive, o Ministério Público. Responsáveis garantem que vão levar o caso "até às últimas consequências".

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Teresa Banha
11/04/2024 21:16 ‧ 11/04/2024 por Teresa Banha

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ULS Médio Tejo

A  Unidade Local de Saúde (ULS) do Médio Tejo recebeu, na quarta-feira, uma denúncia anónima com filmagens nas quais "são perpetrados atos absolutamente condenáveis sobre doentes especialmente vulneráveis, que colocam em causa o respeito e dignidade pela pessoa humana e a deontologia inerente à nobre missão da prestação de cuidados de saúde" na Unidade Hospitalar de Abrantes, distrito de Santarém.

"O Conselho de Administração está profundamente chocado e consternado com o teor destas filmagens. Pelo que se pôde para já apurar, através do seu cuidado visionamento, foram realizadas há pelo menos três anos, em vários locais de trabalho e internamento da Unidade Hospitalar de Abrantes da ULS Médio Tejo", lê-se na nota enviada ao Notícias ao Minuto.

Segundo explicam os responsáveis, as filmagens foram recebidas pelo conselho de administração da ULS em causa, por e-mail, e através de uma denúncia anónima. As filmagens foram feitas de forma ilícita, sem consentimento ou conhecimento dos utentes, "que desconhecem estar a ser captados".

A nota dá ainda conta de que após serem visualizadas, as imagens permitiram identificar pelo menos um enfermeiro da Unidade Hospitalar de Abrantes da ULS Médio Tejo associado a estes atos criminosos.

Perante a situação, o conselho de administração reuniu de emergência e não hesitou em tomar medidas, entre as quais a "suspensão imediata" do profissional identificado nas filmagens, a instauração de processo disciplinar ao profissional identificado com vista ao despedimento (dando conhecimento da abertura deste procedimento à Ordem dos Enfermeiros) e a entrega de todo o material rececionado ao Ministério Público e formalização de queixa junto das entidades judiciais competentes.

A ULS Médio Tejo refere ainda que se encontra em "total colaboração" com as autoridades na investigação deste caso.

Sem detalhar o teor das imagens, os responsáveis explicam ainda que estão dispostos a levar este caso "até às últimas consequências", apesar de as filmagens terem já pelo menos três anos. "A instituição reconhece a gravidade da situação e reitera o pedido de desculpas pelo sofrimento causado", lê-se ainda no comunicado, em que a ULS garante também que está comprometida em "garantir que este tipo de situação nunca mais se repita". A instituição já está a trabalhar no reforço dos procedimentos de segurança e reforço da formação dos seus profissionais de saúde, assim como está empenhada "em assegurar todo o apoio necessário às vítimas e às suas famílias".

Os factos terão acontecido antes da gestão do atual conselho de administração, que reforça que "irá atuar de forma enérgica para aplicar as sanções que tiverem de ser tidas, doa a quem doer".

[Notícia atualizada às 21h27]

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