A Universidade do Minho, localizada em Braga, decidiu 'anular' a suspensão dada ao suspeito de agredir uma colega brasileira numa sala de aula dentro instalações do estabelecimento de ensino.
De acordo com um despacho do Gabinete do Reitor da Universidade do Minho, citado pelo jornal O Minho, o aluno seria suspenso das aulas por um mês, mas, por decisão do Conselho Disciplinar da faculdade, a suspensão foi suspensa por 12 meses.
Além disso, segundo o documento, caso o aluno não tenha nenhuma reincidência, pode continuar a atividade letiva no Mestrado de Ciências da Comunicação, na Universidade do Minho.
O Notícias ao Minuto tentou obter esclarecimentos junto da Universidade do Minho, mas, até ao momento, sem sucesso.
No despacho, datado de 5 de abril, divulgado pela jornalista brasileira Stefani Costa na rede social X (antigo Twitter), a decisão determina a "suspensão temporária das atividades escolares (proibição de frequência de atividades letivas, de épocas de avaliação e de prestação de quais provas académicas, bem como de outro qualquer tipo de avaliação), pelo período de um mês, sem haver lugar a dispensa do pagamento de propinas pelo período correspondente à suspensão".
No entanto, a sanção é "suspensa pelo período de 12 meses", sendo certo que essa suspensão "cessa quando o estudante venha a ser, no seu decurso, novamente sancionado em processo disciplinar", lê-se ainda.
Universidade do Minho optou pela impunidade no caso de João Bernardo Mendes, que socou e chutou a brasileira Grazielle Tavares. Ao mesmo tempo que determina a sanção prevendo a suspensão do agressor por um mês, o Conselho anula a punição por um ano no mesmo despacho. pic.twitter.com/kVwbtUfrTa
— Stefani Costa (@sttefanicosta) April 15, 2024
Recorde que, segundo o Notícias ao Minuto Brasil, uma estudante brasileira acusou um colega de turma português de tê-la agredido com socos no rosto e na barriga dentro das instalações da Universidade do Minho, em Braga. Ele também terá feito comentários xenofóbicos e insinuado que a mulher pagava o curso prostituindo-se.
Aluna de um Mestrado em Ciências da Comunicação, a jornalista carioca Grazielle Tavares, de 49 anos, revelou que o episódio, ocorrido em novembro do ano passado, foi presenciado por vários estudantes da turma, mas que apenas a professora terá agido para socorrê-la.
A mulher foi assistida ainda na sala de aula por uma equipa médica e acabou transportada a um hospital.
A estudante afirmou ainda que ela e outra aluna brasileira do grupo já tinham sido alvos de comentários agressivos e preconceituosos por parte do aluno português, que não teria o mesmo comportamento em relação ao outro estudante, do sexo masculino, que integrava o mesmo grupo.
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