Operação Influencer. Vieira da Silva (também) quer explicações do MP

Antiga ministra da Presidência diz ser inaceitável que após cinco meses da investigação, António Costa continue sem saber do que é acusado.

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Notícias ao Minuto com Lusa
18/04/2024 11:56 ‧ 18/04/2024 por Notícias ao Minuto com Lusa

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Mariana Vieira da Silva reagiu à rejeição de um recurso do MP, levada a cabo pelo Tribunal da Relação de Lisboa, que aponta que a tese de influência de Diogo Lacerda Machado sobre António Costa não passa de “proclamações” que "não estão sustentadas em qualquer facto concreto".

Para a antiga ministra da Presidência, é lamentável que após um processo que teve consequências drásticas não se saiba ainda quais são as acusações contra António Costa, para que este se possa defender.

"À medida que o tempo passa [...] continuamos sem saber o que justificou aquele parágrafo e quais são as acusações contra António Costa", afirmou ainda, em entrevista à Antena 1, lembrando que a acusações tiveram "consequências drásticas" com a demissão de António Costa, a queda do Governo de maioria socialista e, consequentemente, as eleições legislativas.

Vieira da Silva defendeu que o pedido de esclarecimentos que vários membros do PS estão a fazer ao MP não significa que a justiça não possa fazer o seu trabalho e investigar. Contudo, aquilo que não pode, defende, é não revelar aos envolvidos no processo aquilo que se está a passar, impedindo-o de ser ouvido.

"Ninguém diz que ele não pode ser investigado, o que se diz é que tem de haver explicações e consequências do que se passou ontem", afirmou, lembrando ainda que a "democracia depende da justiça poder ser célere".

"Não está em causa nenhum ataque à separação de poderes, nenhuma ideia de que o Ministério Público não deve poder investigar quem quer que seja sobre o que quer que seja, mas sim a ideia de que, à medida que o tempo passa e não acontecendo nada, pelo contrário havendo decisões de juízes sobre este processo, continuarmos sem saber exatamente o que é que justificou aquele parágrafo e quais são as acusações sobre António Costa para que ele se possa defender", sustentou.

Recorde-se que, esta quarta-feira,  o Tribunal da Relação de Lisboa rejeitou o recurso do Ministério Público, reduziu as medidas de coação dos arguidos da Operação Influencer a termo de identidade e residência e entendeu não existirem indícios de crimes.

Na sequência disso, a ex-ministra Ana Catarina Mendes recorreu às redes sociais para exigir explicações.

 "O Ministério Público deve explicações aos Portugueses. Porque derrubou um Governo e um Parlamento, como se levantam suspeitas e se coloca em causa o bom nome das Pessoas? Isto é gravíssimo em Democracia, já o tinha afirmado aqui há meses", criticou a socialista, numa posição que é agora apoiada por Mariana Vieira da Silva.

Recorde-se que a legislatura anterior foi interrompida na sequência da demissão de António Costa, por ter sido divulgado que era alvo de um inquérito instaurado no MP junto do Supremo Tribunal de Justiça após ter sido extraída uma certidão do processo Operação Influencer.

A Operação Influencer levou na altura à detenção de Vítor Escária (chefe de gabinete de António Costa), Diogo Lacerda Machado (consultor e amigo de António Costa), dos administradores da empresa Start Campus Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, e do presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, que ficaram em liberdade após interrogatório judicial.

Existem ainda outros arguidos, incluindo o agora ex-ministro das Infraestruturas João Galamba, o ex-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, o ex-porta-voz do PS João Tiago Silveira e a Start Campus.

O caso está relacionado com a produção de energia a partir de hidrogénio em Sines, Setúbal, e com o projeto de construção de um centro de dados (Data Center) na zona industrial e logística de Sines pela Start Campus.

[Notícia atualizada às 13h24]

Leia Também: MP derrotado na Operação Influencer. Da "humilhação" ao "plano criminoso"

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