O primeiro-ministro, Luís Montenegro, iniciou, este sábado, uma visita a Cabo Verde, a primeira no cargo fora da Europa.
Em conferência de imprensa, Montenegro falou sobre as relações entre os dois países, e a possibilidade de as aprofundar. "Relações que são históricas, culturais, económicas e que são, de facto, bastante profundas. São bilaterais", considerou, anunciando que propôs ao primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, que a próxima cimeira entre os dois países fosse por cá, a 19 de novembro.
Segundo explicou o chefe de Governo, à margem desta cimeira acontecerão ainda reuniões bilaterais com empresários e agentes económicos. "Para dinamizar essa dimensão entre os dois países", justificou, explicando que mesmo esta dimensão tem vindo a ser materializada, assim como ter "bons resultados".
"Não há dúvida de que investimento das empresas portuguesas em Cabo Verde é uma realidade, que tem sido geradora de oportunidades de emprego e motivo do desenvolvimento não só económico, como ambiental, da colaboração para processos de investigação, desenvolvimento, acréscimo de competitividade - presente e futura. De projeção e construção de futuro", afirmou.
Montenegro falou ainda da 'ajuda' e cooperação entre Portugal e Cabo Verde, garantindo que o Governo vai continuar a querer desenvolver "os mecanismos de mobilidade dos cidadãos" entre os dois países. "Queremos que esses mecanismos possam ter uma consumação, nomeadamente, ao nível da emissão de vistos com maior rapidez e agilidade - tentaremos nos próximos meses dar cobertura ao desejo que as pessoas justamente têm de não estar nas mãos de processos menos lícitos e abonatórios da transparência, que é isso que queremos desenvolver".
Questionado pelos jornalistas sobre as medidas anunciadas em relação aos vistos da CPLP, e o 'aperto' desta rede, Montenegro referiu: "Não esqueço a circunstância da comunidade cabo-verdiana que vive em Portugal. Tenho todo o interesse como primeiro-ministro de Portugal em estreitar esta relação ao nível dos governos, da administração dos dois países - no respeito e no interesse de acolhimento e integração da comunidade cabo-verdiana que vive em Portugal".
Mas em relação aos vistos e fluxo migratório, Montenegro garantiu que o que se podia esperar era respeito. "Respeito pela dignidade das pessoas. Não estamos a falar de alterar as regras", afirmou, reconhecendo, no entanto, que há problemas com os pedidos que são recebidos com atraso na Agência para a Integração Migrações e Asilo, que substituiu o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras. "Isso está a prejudicar muito as pessoas em 1.º lugar. Está a prejudicar o seu acolhimento e muitas vezes a provocar - como acontece em Cabo Verde - a utilização do sofrimento das pessoas por redes que se aproveitam de situações de vulnerabilidade para extorquirem recursos", referiu, prometendo agilidade para resolver questões que possam levantar problemas.
Leia Também: Montenegro em Cabo Verde hoje e amanhã. É a 1.ª visita fora da Europa