Segundo o despacho do tribunal, avançado pelo Observador e a que a Lusa teve também acesso, a juíza Helena Susano entendeu, "ao contrário de alguns recorrentes, que o presente recurso não tem efeito suspensivo".
No entanto, a magistrada do Juízo Central Criminal de Lisboa admitiu no despacho que "este entendimento não vincula o Tribunal Superior", pelo que a Relação de Lisboa - para onde sobem estes recursos - ainda pode atribuir efeito suspensivo e, assim, colocar em causa a data do arranque do julgamento.
O início do julgamento do processo BES/GES - também conhecido como Universo Espírito Santo - está agendado para 18 de junho.
Os recursos admitidos contestam a decisão de janeiro que determinou a saída dos pedidos de indemnização do processo penal para os tribunais cíveis.
No processo constavam 1.306 pedidos de indemnização cível (relativos a 2.475 lesados) que foram separados pela magistrada, por defender que "retardaria de uma forma intolerável" o julgamento.
O julgamento do processo-crime Universo Espírito Santo vai arrancar quase uma década após o colapso do Grupo Espírito Santo (GES), em agosto de 2014, e tem como principal arguido o ex-presidente do BES Ricardo Salgado, acusado de 65 crimes, entre os quais associação criminosa, corrupção ativa, falsificação de documento, burla qualificada e branqueamento.
Considerado um dos maiores processos da história da justiça portuguesa, este caso agrega no processo principal 242 inquéritos, que foram sendo apensados, e queixas de mais de 300 pessoas, singulares e coletivas, residentes em Portugal e no estrangeiro.
Segundo o MP, a derrocada do GES terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.
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