Mário Nogueira acusa, esta sexta-feira, o Governo de Luís Montenegro de estar a "rapar o fundo ao tacho" na recuperação do tempo de serviço dos professores, utilizando "dias que os docentes já recuperaram por via de outros documentos, como o chamado 'acelerador'".
As acusações do líder da Fenprof surgem depois de uma reunião entre a Federação Nacional dos Professores e o ministro da Educação, Fernando Alexandre.
De acordo com Mário Nogueira, a proposta apresentada pelo Governo "vai no sentido de esse tempo que foi recuperado de espera nas vagas ser agora descontado nos seis anos e seis meses", ou seja, "uma pessoa que esteve seis anos à espera para mudar para o quinto escalão agora só recuperaria três anos e seis meses", o que para a Fenprof "não é aceitável", uma vez que assim, "há direitos que as pessoas tinham e voltam a perder".
"A proposta do ministério começa em setembro de 2024 terminando no prazo da legislatura, se é que a legislatura terá quatro anos, provavelmente não terá mas isso não cabe a nós decidir, portanto, é até 2028", frisa, explicando que "este é um tempo exagerado para professores".
Hoje não foi a negociação, hoje foi o início
"Isto significa que os professores vão estar 10 anos para recuperar seis, é um tempo exagerado e em que muitos professores vão ficar de fora", realça ainda.
Além disso, acrescentou Mário Nogueira, a tutela quer também manter as vagas de acesso ao 5.º e 7.º escalões, o que faz com que "muitos professores fiquem parados", porque havia "professores que estavam dispensados e tinham vagas adicionais no 5.º e 7.º escalões e vão deixar de as ter".
Desta forma, considera Mário Nogueira, "o que é necessário para que o início do próximo ano e o final deste seja tranquilos é que no final do processo negocial - temos marcadas mais duas reuniões, uma a 13 e outra a 21 de maio – o produto final da negociação seja positivo". "Hoje não foi a negociação, hoje foi o início", conclui.
As negociações entre Governo e sindicatos para a recuperação do tempo de serviço dos professores iniciam-se formalmente hoje, segundo o ministério da Educação, que convocou reuniões com as 12 estruturas representativas.
[Notícia atualizada às 11h51]
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