"Truque". PCP critica propostas do Governo a professores e polícias

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo considerou hoje, no Porto, "inconcebíveis" e um "truque" as propostas apresentadas pelo Governo nas reuniões com as forças de segurança e professores, respetivamente, para a obtenção de melhorias salariais.

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Lusa
03/05/2024 21:20 ‧ 03/05/2024 por Lusa

Política

Paulo Raimundo

No discurso que concluiu a apresentação do Compromisso do PCP para as eleições ao Parlamento Europeu, o dirigente comunista aludiu às reuniões ocorridas na quinta-feira com as forças de segurança e, hoje, com os vários sindicatos de professores para assinalar que os alertas que fez nos últimos meses tinham razão de ser.

"Não vale a pena fazer promessas para depois, quando chegarem ao Governo, procurarem todas as justificações para que não cumpram as promessas que estão agora a fazer", afirmou Paulo Raimundo repetindo uma frase "dita deste janeiro".

Considerando estar a acontecer exatamente o que afirmou, o dirigente comunista insistiu que "as últimas horas têm sido esclarecedoras, de forma cristalina, desta situação".

"O atual ministro das contas certas com Bruxelas [Joaquim Sarmento] acusa o anterior ministro das contas certas com Bruxelas [Fernando Medina] de falhar as contas. O atual ministro das contas certas com Bruxelas procura justificações para não cumprir as promessas", apontou o líder comunista.

E prosseguiu: "veja-se as inconcebíveis propostas avançadas às forças de segurança ontem [quinta-feira], veja-se este truque, hoje, para os professores, que em troca do reconhecimento do tempo de serviço, num dia que há de vir, querem direitos que estavam adquiridos".

"Esta é a manobra que está em curso", vincou, aludindo aos alertas que disse ter feito "desde o início do ano e até ao último dia da campanha eleitoral".

Depois falou do manifesto para mudar a justiça em Portugal: "ainda hoje ficamos a conhecer 50 personalidades, com grandes responsabilidades e influências diversas, que exerceram e exercem grandes responsabilidades públicas e, até, governamentais, que vieram exigir mudanças na Justiça".

"As mudanças são necessárias, o problema é o tempo que já se perdeu (...), mais vale tarde do que nunca, mas escusávamos de ter chegado ao que chegamos", criticou Paulo Raimundo, assegurando o compromisso do PCP "para melhorias na Justiça, para que sirva a todos".

Leia Também: PCP disponível para reflexão sobre justiça mas sem afetar autonomia do MP

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