O secretário regional da Saúde da Madeira, Pedro Ramos, fez um balanço, este domingo, sobre a ajuda que a região está a prestar ao arquipélago vizinho, os Açores, depois de um fogo ter deflagrado no Hospital Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, situação que obrigou a região a ficar em "estado de calamidade pública regional".
Apontando que a cooperação entre os dois arquipélagos já existia, Pedro Ramos, recordou que já chegaram à Madeira duas grávidas e um outro utente, que já foram hospitalizados.
"Foi requisitada a possibilidade de doentes que necessitam de fazer hemodiálise em fazê-lo aqui na Madeira com toda a segurança. Nesse sentido, 57 doentes que necessitam de hemodiálise, acompanhados por dois profissionais de saúde, irão chegar na noite de domingo, por volta da 1h30, no avião da SATA", explicou o responsável, em conferência de imprensa, no Funchal.
Pedro Ramos apontou que estes utentes tem algumas particularidades, entre as quais 5 destas pessoas estarem acamadas e 18 terem mobilidade reduzida. "Por causa desta situação, estes 23 utentes ficarão internados no nosso hospital", detalhou.
Outros 34 utentes ficarão no Regimento de Guarnição N.º 3, e os militares garantirão que "não falta nada" a estes utentes.
Na sua comunicação, o responsável deu ainda conta de que está disponibilizada uma linha de apoio aos utentes e familiares dos Açores, cujo número é o 967702566. "É uma linha que vai permitir o imediato contacto para saberem qualquer informação", indicou.
Pedro Ramos 'trouxe' ainda uma mensagem do presidente demissionário do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque: "A Madeira estará sempre disponível, o tempo que for necessário, para continuar a ajudar todos estes utentes", disse.
"Quem precisa, neste momento, é a região autónoma dos Açores, não sabemos se algum dia pode ser a região autónoma da Madeira. Isto significa que as respostas dos sistemas de Saúde do Atlântico estão em sintonia e sempre que é preciso os doentes não podem estar sem tratamento. Esta colaboração já existia e, naturalmente, vai continuar a existir", garantiu.
O incêndio no hospital obrigou à transferência de todos os doentes internados.
Na altura do incêndio estavam no Hospital de Ponta Delgada "333 doentes no hospital" e foi necessário proceder "à transferência de 240 doentes", segundo a titular da pasta da Saúde nos Açores.
Os doentes críticos e graves foram transferidos para o hospital da CUF, na cidade de Lagoa, e os restantes para centros de saúde.
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