"A acusação não tinha pés, nem cabeça", garante Manuel Pinho

Manuel Pinho, em prisão domiciliária desde dezembro de 2021, está a ser julgado no caso EDP por corrupção passiva para ato ilícito, corrupção passiva, branqueamento e fraude fiscal.

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Notícias ao Minuto com Lusa
08/05/2024 17:35 ‧ 08/05/2024 por Notícias ao Minuto com Lusa

País

Manuel Pinho

O ex-ministro da Economia Manuel Pinho disse, esta quarta-feira, que a acusação do Ministério Público (MP) "não tinha pés, nem cabeça". Em declarações à RTP3, Manuel Pinho destacou que estiveram mais de 100 testemunhas no tribunal e que "nem uma só concordou com a tese do Ministério Público". 

"A minha maior garantia é a SIC, a RTP, a TVI e toda a imprensa escrita e as rádios. Vocês acompanharam este julgamento e sabem o que aconteceu aqui", destacou o antigo ministro.

"Estiveram aqui mais de 100 testemunhas e nem uma só concordou com a tese do Ministério Público. A sorte que nós temos de em Portugal ser uma democracia", afirmou Pinho. 

O antigo ministro realçou que o MP "pode insistir no quiser, aliás ainda ontem mudou de opinião". "A alegação do Ministério Público feita há dois dias tem pouco ou nada a ver com a acusação. Aliás a acusação não tinha pés nem cabeça", referiu Manuel Pinho. 

"O procurador tentou criar uma nova acusação, em que mudou as peças do puzzle para ver se aquilo encaixava. E o meu advogado usou uma expressão, que eu acho que é muito feliz, de que de uma galinha morta tinha tentado criar um cisne, aparentemente, muito bonito. Ele ontem na sua magnifica alegação esteve a demonstrar que isso era aparente. O cisne continua a não existir, aquilo é um frango morto", reforçou o ex-ministro.

"A acusação é um cisne, mas é como aquelas boias das crianças que se compram no supermercado. Enche-se de ar, parecem muito bonitas, lá aparece o filho ao lado do cisne na piscina e o pai vai com o cigarro e o cisne estoura. É aquela boia barata", afirmou.

O coletivo de juízes do julgamento do Caso EDP marcou hoje a leitura do acórdão para o dia 6 de junho, às 14h30, no Juízo Central Criminal de Lisboa.

Nas alegações finais, o Ministério Público (MP) pediu uma pena não inferior a nove anos de prisão para o ex-ministro da Economia Manuel Pinho. Para o antigo presidente do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado, o MP pediu seis a sete anos de pena de prisão efetiva, enquanto para a mulher do ex-governante, Alexandra Pinho, foi defendida a aplicação de uma pena de quatro anos, suspensa na execução.

Já as defesas dos três arguidos reclamaram a absolvição dos seus clientes neste processo, cujo julgamento arrancou em outubro de 2023.

Manuel Pinho, em prisão domiciliária desde dezembro de 2021, está a ser julgado no caso EDP por corrupção passiva para ato ilícito, corrupção passiva, branqueamento e fraude fiscal.

A sua mulher, Alexandra Pinho, responde por branqueamento e fraude fiscal - em coautoria material com o marido -, enquanto o ex-presidente do BES, Ricardo Salgado, responde por corrupção ativa para ato ilícito, corrupção ativa e branqueamento.

[Notícia atualizada às 17h51]

Leia Também: Defesa de Manuel Pinho reclama absolvição no caso EDP. "Espero justiça"

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