"Espero indicar alguém". Moedas exige representante da CML na Santa Casa

Autarca comentou a escolha de Paulo Alexandre Sousa para provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e defendeu que a autarquia tem de ter um representante na Mesa da instituição.

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Carmen Guilherme
17/05/2024 10:57 ‧ 17/05/2024 por Carmen Guilherme

País

Lisboa

O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, exigiu ao Governo, esta sexta-feira, que a autarquia esteja representada com um administrador executivo na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e que seja o próprio a "indicar alguém".

"Eu como presidente da Câmara exijo a este Governo, aquilo que exigia ao Governo anterior. Não há qualquer diferença. Eu exigi ao anterior governo que a Câmara de Lisboa estivesse representada com um administrador executivo na Santa Casa da Misericórdia. Porquê? Exatamente porque essa coordenação e articulação é fundamental", disse o autarca, em declarações aos jornalistas, à margem da inauguração da Unidade de Saúde da Ajuda, que contou também com a presença da ministra da Saúde.

"Obviamente, desejo o melhor a este senhor provedor, que acho que é uma pessoa de elevada competência, mas, espero, aquilo que eu tenho de ser ouvido aqui, é poder, eu, indicar alguém que seja a pessoa que faz a articulação com a Câmara de Lisboa, que seja uma administrador executivo que esteja na Santa Casa. É isso que eu peço ao Governo", acrescentou.

Carlos Moedas admitiu que nos últimos anos havia "respostas" que "não estavam a ser dadas", nomeadamente face ao aumento dos sem-abrigo, algo que comunicou e que já tinha "assinalado" à administração da Santa Casa entretanto exonerada. 

"Vamos recomeçar, vamos ter aqui uma nova fase, desejo o melhor ao senhor provedor", frisou.

Confrontado com o facto de o perfil do economista Paulo Alexandre Sousa, o próximo provedor, ser mais focado na vertente financeira e menos no setor social, o presidente da Câmara de Lisboa recusou tecer comentários. 

"Não vou fazer comentários. Isso é uma escolha do Governo e do senhor primeiro-ministro e da senhora ministra", disse. 

"Aquilo que eu lhe posso dizer é que o perfil da pessoa que escolherei para estar representada na Santa Casa é um perfil de uma pessoa que tenha essas preocupações, do dia a dia, as preocupações sociais, obviamente, são essas que me interessam. Eu, como presidente da Câmara, estou preocupado com a área social e preocupado com as repostas sociais, portanto, encontrarei alguém que faça essa ponte e que faça essa ligação com a Câmara Municipal", rematou, dizendo estar "contente". 

Recorde-se que a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social anunciou ontem que Paulo Alexandre Sousa será o próximo provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, substituindo assim Ana Jorge. 

Recorde-se que a administração da Santa Casa de Lisboa foi exonerada a 29 de abril passado, tendo Maria do Rosário Ramalho justificado a decisão de afastar Ana Jorge e a sua equipa por uma "total inação" face à situação financeira na instituição e por não ter um plano de reestruturação para a inverter, tendo ainda acusado a Mesa destituída de se ter beneficiado a si própria com aumentos salariais.

Ana Jorge tomou posse em 02 de maio de 2023, escolhida pelo anterior Governo socialista de António Costa, e herdou uma instituição com graves dificuldades financeiras, depois dos anos de pandemia e de um processo de internacionalização dos jogos sociais, levado a cabo pela administração do provedor Edmundo Martinho, que poderá ter causado prejuízos na ordem dos 50 milhões de euros

[Notícia atualizada às 11h24]

Leia Também: "Cancro" na Santa Casa e novo provedor. A audição (tensa) da ministra

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