A Unidade de Saúde Local de Santa Maria (ULSSM), em Lisboa, comprou o seu primeiro robô cirúrgico. Chama-se HUGO, é da empresa Medtronic e a aquisição aconteceu oficialmente na quinta-feira, após um concurso público internacional executado num prazo de cerca de 90 dias.
Em comunicado, explica-se que "com o robô HUGO Robotic Assisted Surgery, da empresa Medtronic, a ULS Santa Maria reforça o investimento estratégico no seu parque de tecnologias de saúde e na elevada diferenciação dos seus serviços cirúrgicos".
Atualmente, a unidade hospitalar tem como objetivo "a aquisição de um segundo robô para esta área e a criação de um Serviço de Robótica e Cirurgia Digital, em articulação com a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa".
O presidente do Conselho de Administração da ULS Santa Maria, Carlos das Neves Martins, disse que "desde o início do mandato, em fevereiro de 2024", assumiu-se que "a aquisição do
primeiro robô era uma prioridade, para ir ao encontro da complexidade dos casos a que o hospital universitário responde diariamente e das necessidades das equipas altamente diferenciadas, tendo sido aberto o concurso público internacional que termina agora com esta adjudicação".
O robô cirúrgico em questão "permite diminuir o tempo de internamento e de recuperação do doente, com um retorno mais rápido e com mais qualidade de vida à rotina diária", bem como "reduzir a taxa de complicações e de infeções e aumentar a precisão do cirurgião, facilitando o acesso a áreas anatómicas de difícil acesso".
Trata-se, aliás, de "uma plataforma modular multiquadrante concebida para uma vasta gama de procedimentos cirúrgicos", combinando "instrumentos articulados, visualização 3D e uma opção de gravação de vídeo cirúrgico, com equipas de apoio dedicadas e especializadas na otimização, assistência e formação de programas robóticos".
A ULSSM promete, assim, "com esta inovação, aliada à qualidade das suas equipas", proporcionar aos utentes "cuidados de saúde de última geração e condições de atração e retenção de profissionais altamente qualificados no Serviço Nacional de Saúde".
No relatório de atividades entregue recentemente ao Ministério da Saúde, a anterior Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) adiantou que foi desenvolvido um programa de modernização tecnológica, num investimento de 117 milhões de euros inscritos no Plano de Recuperação e Resiliência, que vai beneficiar 29 instituições de saúde públicas.
Na prática, o programa prevê a aquisição de 81 novos equipamentos, para substituição de 75 aparelhos que se encontravam obsoletos: 18 ressonâncias magnéticas, 25 tomografias computorizadas, 13 angiógrafos, oito câmaras gama, 11 aceleradores lineares e seis robots cirúrgicos.
O relatório refere ainda que, em 2022, apenas existia um robot cirúrgico em Portugal, tendo sido instalados mais quatro em 2023, com a DE-SNS a prever para este ano mais oito, seis através do PRR e dois com verbas próprias.
"Sublinha-se que esta era uma prioridade da DE-SNS e que está a ser concretizada num espaço de tempo único de dois anos", salienta o documento elaborado pela equipa do anterior responsável da direção executiva, o médico Fernando Araújo.
[Notícia atualizada às 17h45]
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