"Tragédia", "garra" e reparações: os discursos (e reações) do 10 de Junho

Presidente da República voltou a falar na necessidade de assumir erros "sem complexos", num dia em que evocou Camões e as vítimas dos incêndios de 2017.

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© Rui Ochoa/ Presidência de Portugal

Notícias ao Minuto
11/06/2024 08:11 ‧ 11/06/2024 por Notícias ao Minuto

País

10 de Junho

O Presidente da República discursou esta segunda-feira, dia 10 de Junho, em Pedrógão Grande, distrito de Leiria, numa cerimónia militar comemorativa do Dia de Portugal. 

Foi depois do discurso sentido do bombeiro Rui Rosinha que, rodeado de combatentes e ex-combatentes, Marcelo Rebelo de Sousa subiu ao púlpito para lembrar com "respeito" e "saudade" as vítimas dos incêndios de 2017, mas não só. Evocou Camões, voltou ao passado colonial e terminou o discurso a sugerir que os portugueses são melhores do que os “outros” pensam.

"Éramos poucos e aportámos a todos os continentes. Acertámos e falhámos, e assumimo-nos como somos, sem complexos na confissão dos erros, mas orgulhosos do mais que nos fez ser o que temos ser", frisou Marcelo Rebelo de Sousa no seu discurso. 

10 de Junho.

10 de Junho. "Portugueses são sempre melhores do que as antevisões"

O Presidente da República descreveu hoje os portugueses como um povo que ultrapassa adversidades e tragédias, que é sempre melhor do que as antevisões e tem orgulho no seu passado, embora assumindo erros, sem complexos.

Lusa | 12:38 - 10/06/2024

Por sua vez, e numa mensagem divulgada nas suas redes sociais, o primeiro-ministro evocou a "garra lusitana" que inspira "a não desistir".

"Evocamos a garra lusitana que nos inspira a não desistir perante as adversidades e a lutar por um amanhã melhor. A alma portuguesa que junta a história e o futuro, que junta a ambição e a esperança", afirmou.

Montenegro defendeu que o país que o executivo PSD/CDS-PP está a construir - tomou posse em 2 de abril - assenta numa "ambição e esperança humanista e progressista".

10 Junho. Montenegro evoca

10 Junho. Montenegro evoca "garra lusitana" que inspira "a não desistir"

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, evocou hoje no Dia de Portugal "a garra lusitana" que inspira "a não desistir perante as adversidades", defendendo que o Governo está a construir um país "com ambição e esperança humanista e progressista".

Lusa | 08:12 - 10/06/2024

Comentando depois o discurso do Presidente, firmou que "o objetivo de termos um país coeso do ponto de vista social e territorial é uma prioridade e é uma prioridade garantir que todos os portugueses têm as mesmas oportunidades independentemente da terra onde vivem e da condição familiar e económica que têm".

Também em reação ao discurso de Marcelo, o secretário-geral do PS afirmou partilhar o apelo de unidade feito pelo Presidente da República na cerimónia do Dia de Portugal e defendeu que os maiores investimentos no interior do país foram feitos por governos socialistas.

"Por estes territórios falta fazer muito, desde logo é preciso investimento, designadamente investimento empresarial. Precisamos de habitação, de mais mobilidade e de empresas. Essa é a única forma de trazermos mais gente para trabalharmos no interior. Esse é o segredo para que o interior trave o despovoamento", considerou o secretário-geral do PS.

A porta-voz do PAN defendeu, em Pedrógão Grande, "estabilidade política" e "visão de futuro" para se avançar com a reforma da floresta e a valorização profissional dos bombeiros.

"Precisamos de ter estabilidade política, mas também visão de futuro, seja naquela que tem que ser a reforma da floresta, mas também da valorização de profissionais como os bombeiros", afirmou Inês Sousa Real, que falava aos jornalistas no final da cerimónia das comemorações do 10 de Junho.

Também o líder parlamentar do Chega considerou que o Presidente da República fez um bom discurso de apelo à coesão territorial, mas que o interior está esquecido e que pode haver novos incêndios como os de 2017.

"Agora esperemos apenas que os políticos não tenham apenas palavras, e o que tem acontecido no nosso país é que os políticos têm tido muitas palavras para o interior, mas poucos atos", afirmou Pedro Pinto, considerando que "o investimento tem faltado".
  
Por fim, o presidente da Iniciativa Liberal considerou que muitas das promessas políticas feitas após a tragédia dos incêndios de 2017 não foram cumpridas, citou o Presidente da República e exigiu "reparações" aos portugueses do interior do país.

"Na tragédia dos incêndios florestais de 2017 [em Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos], houve uma falha a vários níveis que nunca deveria ter acontecido. Sabemos como, nos anos seguintes, o Estado Português continuou a falhar a este território, a esta população e às vítimas da tragédia, porque muito pouco do prometido foi feito", sustentou Rui Rocha.

As comemorações do Dia de Portugal prosseguem a partir de hoje na Suíça, com o Presidente e o primeiro-ministro a celebrarem o 10 de Junho junto da segunda maior comunidade de emigrantes portugueses no mundo.

Leia Também: Celebrações do 10 de Junho prosseguem com Marcelo e Montenegro na Suíça

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