À entrada para o comboio em Berna com direção a Zurique, último ponto da deslocação conjunta com o Presidente da República no âmbito das comemorações do 10 de junho, Montenegro foi questionado sobre o anúncio feito há dois dias pelo Chega/Madeira de que vai votar contra o programa do Governo Regional do PSD, partido sem maioria absoluta no parlamento madeirense.
"Eu vou-lhe dar uma resposta que, acredite, é de uma grande profundidade política: quem fala sobre isso é o PSD-Madeira, quem fala sobre as votações na Assembleia Legislativa na Madeira no PSD é o PSD-Madeira", afirmou.
Perante a insistência dos jornalistas, o também primeiro-ministro disse que abriria uma exceção para falar dessa questão partidária.
"Quem defende a autonomia tem de a respeitar em toda a sua expressão. Se há partidos que são autonómicos no discurso e depois teleguiados a partir de Lisboa o PSD não é um deles", afirmou, numa referência implícita ao Chega.
Questionado sobre a mesma matéria, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse que não iria pronunciar-se sobre este assunto.
O PSD venceu as regionais antecipadas, em 26 de maio, com a eleição de 19 deputados, ficando a cinco mandatos de conseguir a maioria absoluta.
O PS elegeu 11 deputados, o JPP nove, o Chega quatro e o CDS-PP dois, enquanto a IL e o PAN elegeram um deputado cada.
O PSD firmou um acordo parlamentar com os centristas após as eleições, ficando ainda assim aquém da maioria absoluta.
As eleições antecipadas na Madeira ocorreram oito meses após as anteriores legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando Albuquerque foi constituído arguido.
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