"É importante para a nossa comunidade e é uma demonstração não apenas do Governo [de Portugal] mas também do Estado, de aproximar-se à comunidade portuguesa e acompanhar com atenção a situação na Venezuela", disse à Lusa um conselheiro das comunidades portuguesas.
Fernando Campos sublinhou que o Presidente "é a figura máxima do nosso Estado" e que se a visita acontecer "é bom para Portugal, para os portugueses, para todos".
No entanto, o conselheiro disse ter percebido, nas palavras de Marcelo Rebelo de Sousa, que a deslocação à Venezuela "estaria condicionada de alguma maneira a que as condições, políticas e sociais, estejam criadas".
Fernando Campos explicou ainda que há consciência, em Portugal, que as eleições presidenciais de 28 de julho "vão definir a situação política na Venezuela, mas que não se sabe aquilo o que acontecerá".
"Fico satisfeito, aplaudo muito essa manifestação de querer vir e se for possível teremos muito gosto em recebê-lo por cá, como máximo representante de Portugal. Receber o Presidente de Portugal na Venezuela será um momento de festa e toda a comunidade portuguesa vai preparar-se para sua visita. É bom para Portugal, para os portugueses, para todos", disse o conselheiro.
Fernando Campos recordou ainda que o último Presidente de Portugal a visitar a Venezuela foi Jorge Sampaio, em 1997.
Já o ex-presidente do Centro Português de Caracas disse que a visita de Marcelo Rebelo de Sousa serviria para aproximar Portugal de uma comunidade que "talvez não seja das maiores, mas necessita de mais apoio do Governo" de Lisboa.
"Que bom! Seria um enorme respaldo para a comunidade e um orgulho que nos escolha", disse Sérgio Nunes à Lusa.
O diretor da Missão Católica Portuguesa de Caracas vê a possível visita como "um sinal de esperança" que reduz as distâncias entre Portugal e a comunidade,
"É bom que venha. Ele verá com os próprios olhos a realidade que vivem os compatriotas na Venezuela", disse Carlos de Abreu, sublinhando confiar que os contactos não estejam limitados apenas a empresários, mas a portugueses de distintos níveis.
O sacerdote recordou que na Venezuela reside uma importante comunidade portuguesa, cujos apoios aos carenciados devem ser reforçados, em particular aos idosos.
Carlos de Abreu disse ainda que a visita reafirmará o vínculo entre os portugueses e luso-descendentes que não tiveram a oportunidade de viver em Portugal, e que conhecem apenas pelas descrições dos pais.
"Portugal é um país que também é exemplo de luta pela paz, é solidário, e todos ganharemos com essa proximidade", acrescentou.
Marcelo Rebelo de Sousa anunciou quarta-feira o sonho de realizar as comemorações do Dia de Portugal no próximo ano junto da comunidade emigrante da Venezuela, mas admitiu não saber se haverá condições de o concretizar.
"Se houver condições adoraria que fôssemos à Venezuela, é mudar de continente, é um sonho nosso, de uma comunidade que tem tantos anos e que tanto tem prestigiado o nome de Portugal", disse aos jornalistas, no final das comemorações do 10 de Junho na Suíça.
"É um sonho que tenho há muito tempo, veremos se há condições para realizar o sonho", frisou.
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