No ano passado, os exames do ensino secundário voltaram a ser facultativos, servindo apenas para acesso ao ensino superior ou para os alunos que quisessem melhorar a nota.
Com mais alunos a ir a exame face ao ano anterior, os resultados obtidos em 2023 foram melhores na maioria das 500 escolas públicas analisadas pela Lusa e só 28 tiveram média negativa, ou seja, 5,6% e quase metade em relação às 51 escolas "chumbadas" no ano anterior.
A maioria das escolas com média negativa é pública: num universo de 424, a média não chegou aos 10 valores em 25 escolas, mas em 16 dessas as notas foram, ainda assim, melhores do que em 2022.
Por outro lado, olhando para os colégios, "chumbaram" apenas três escolas num universo de 76.
Tendo melhorado nos dois setores, a média dos alunos das escolas públicas ficou atrás da dos colégios, com uma diferença de 1,53 valores numa escala de 0 a 20, segundo uma análise a 196.753 provas realizadas.
Nos colégios privados, a média nacional foi de 13,02 valores (em 2022 foi 12,97) e nas escolas públicas foi 11,49 valores (em 2022 foi 11,27).
Entre rapazes e raparigas voltam a haver ligeiras diferenças, ainda que de apenas 0,49 valores: elas chegaram aos 11,89 valores e eles conseguiram 11,40 valores.
As raparigas obtiveram melhores notas em 10 das 15 disciplinas analisadas, com os rapazes a superarem nas provas de Matemática Aplicada às Ciências Sociais, Economia A, História A, Geografia A e Geometria Descritiva A.
A maioria dos alunos que realizou provas em julho de 2022 pertencia a escolas dos distritos de Lisboa, Porto, Braga e Setúbal.
Volta a ser no norte que se encontram as melhores médias por distrito: Viana do Castelo recuperou o topo da tabela (12,25 valores), que em 2022 tinha sido ocupado pelo Porto e que surge agora no 2.º lugar com 12,21 valores.
Seguem-se os distritos de Viseu (12,06), Braga (12,02) e Aveiro (11,82). Lisboa, que no ano anterior ficou em 7.º lugar, caiu para 9.º lugar com 11,58 valores.
As médias dos alunos que realizam provas no estrangeiro foram as mais baixas, apesar de terem subido (10,38 valores) e ficam atrás dos alunos de Setúbal (10,96), Portalegre (10,99) e Beja (11,26).
Os alunos açorianos, que eram habitualmente os mais mal classificados a nível nacional, mantiveram a trajetória de melhoria e a região surge agora em 13.º lugar com uma média de 11,42, mais 0,52 valores em relação ao ano anterior.
Em termos de classificações médias, a maioria esteve entre os 10 e os 12 valores, destacando-se Inglês, Desenho e Espanhol com uma média nacional de 14,94 valores, 13,72 e 13,53 respetivamente. A única disciplina abaixo dos 10 valores foi Geometria Descritiva (9,73).
Entre as quatro disciplinas mais concorridas, com mais de 30 mil alunos a ir a exame, duas desceram em relação a 2022 e outras duas subiram.
Os melhores resultados foram a Português, em que a média subiu 1,7 valores, de 10,9 para 12,6, seguido de Biologia e Geologia, que subiu 0,6 valores para uma média nacional de 11,4.
Com médias muito próximas, os resultados pioraram ligeiramente a Matemática A (11,1) e a Física e Química (11,3), que desceram 0,9 valores e 0,4 valores, respetivamente.
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