A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, voltou a falar do INEM e de toda a polémica que envolveu este instituto nas últimas semanas.
À margem da inauguração de uma unidade de saúde familiar em Corroios, no Seixal, a governante reiterou que quando o Executivo PSD/CDS-PP tomou posse encontrou "o INEM numa situação muito, muito difícil", por isso, compreende "que seja também difícil para os dirigentes que têm a responsabilidade de garantir todo o sistema de emergência pré-hospitalar entrar numa instituição que ao longo dos anos tem vindo a acrescentar dificuldades e problemas, apesar dos profissionais que lá trabalham, que são absolutamente extraordinários", reagiu, referindo-se à recusa de Vítor Almeida em presidir ao INEM.
"A posição em que o INEM está pode levar de facto a algumas exigências que o Dr. Vítor Almeida fez e que são razoáveis, mas que nós não podemos de um dia para o outro garantir que o INEM, em dois ou três meses, consegue reconstruir-se de maneira a poder dar a resposta aquilo que a pessoa que tínhamos convidado - e que nunca chegou a ser nomeada - acabou por prescindir", declarou, salientando que o Governo vai, contudo, continuar a trabalhar no INEM, uma vez que o instituto "é muito importante para o país".
Sobre a audição, pedida pelo PCP, para prestar esclarecimentos em sede de comissão parlamentar, sobre a real capacidade do INEM em assegurar meios de socorro à população, Ana Paula Martins garantiu que irá "com a maior disponibilidade"
"No dia em que for marcado lá estarei para responder a todas as perguntas que os senhores deputados tiverem para me fazer sobre o INEM, toda a informação que temos será partilhada", garantiu.
Diálogo com os médicos tem sido "muito cordial"
Sobre as negociações com os sindicatos dos médicos, a ministra da Saúde reafirmou que este tem sido um processo "muito cordial e de diálogo sério e intenso", recordando que apenas um dos sindicatos ainda não assinou o acordo com o Governo por estar "em desacordo com dois ou três aspetos".
Já sobre a carta que recebeu assinada por 600 médicos, Ana Paula Martins realçou que esta é "muito importante" e que, em breve, irá encontrar-se com os seus representantes.
"Nós estamos muito disponíveis para nos irmos aproximando daquilo que é realista", sublinhou.
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