Numa breve declaração aos jornalistas portugueses, o antigo primeiro-ministro português justificou a sua deslocação a Estrasburgo, no primeiro dia da sessão plenária inaugural da 10.ª legislatura do Parlamento Europeu, em primeiro lugar, para felicitar a política maltesa Roberta Metsola pela sua reeleição para o cargo de presidente da assembleia europeia, com um "resultado histórico e muito claro".
"Por um lado vim felicitar a presidente Metsola pela sua eleição com um resultado histórico e muito claro, e, por outro lado, também saudar o grupo socialista, visto que fui eleito presidente do Conselho Europeu nessa qualidade, e manifestar apoio à eleição de Ursula von der Leyen na próxima quinta-feira e desejar que tudo corra bem para podermos ter uma maioria que funcione ao serviço dos cidadãos e da Europa", acrescentou.
António Costa, que foi no final de junho eleito pelos chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) presidente do Conselho Europeu para um mandato de dois anos e meio, que começa a 01 de dezembro de 2024, ainda vai reunir-se hoje à tarde com o seu grupo parlamentar, os Socialistas e Democratas, e com Ursula von der Leyen.
A primeira sessão do novo Parlamento Europeu, saído das eleições europeias de junho, arrancou com a votação para a presidência da assembleia, à qual concorriam Metsola, pelo Partido Popular Europeu (PPE), e a candidata da Esquerda Europeia, Irene Montero.
À primeira volta, Metsola foi reconduzida no cargo até janeiro de 2027 com uma maioria de 562 votos (entre 623 válidos).
No penúltimo dia desta sessão plenária inaugural, a decorrer em Estrasburgo, vai acontecer a votação para a recondução de Ursula von der Leyen como líder do executivo comunitário.
Para a reeleição no cargo, a alemã precisa de pelo menos 361 votos a favor dos eurodeputados, numa votação que acontece depois da proposta do Conselho Europeu feita no final de junho.
Com uma maior fragmentação partidária no Parlamento Europeu, a recondução no cargo (em 2019 foi eleita sem ser candidata) ainda não é garantida e têm sido, aliás, vários os parlamentares a ameaçar não apoiar a política alemã, alegando que Ursula von der Leyen está demasiado ligada à ala conservadora ou criticando a sua postura em relação à externalização das políticas de migração da UE e a certos recuos nas metas climáticas.
Se o nome da responsável não obtiver a maioria exigida, a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, terá de convidar o Conselho Europeu a apresentar um outro nome no prazo de um mês, para uma nova votação.
Na sequência das eleições de junho e das recentes alterações partidárias no Parlamento Europeu, o PPE é o grupo que dispõe de mais lugares (188), seguido pelos Socialistas (136) e pela nova família política de extrema-direita Patriotas pela Europa (84).
De acordo com a mais recente distribuição da assembleia europeia, os Conservadores e Reformistas ocupam 78 assentos, os Liberais um total de 77, sendo seguidos pelos Verdes (53) e pela Esquerda (46).
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