O arguido, que recusou prestar declarações ao tribunal, terá ateado os fogos nas deslocações entre os locais de residência, no Cercal, e de trabalho, em Alguber (situados no mesmo concelho). Terá planeado os fogos e utilizado artefactos preparados para retardarem a ignição, descreve a acusação do Ministério Público.
O homem, de 31 anos e sem antecedentes criminais, foi detido pela Polícia Judiciária (PJ) em 16 de agosto, em flagrante delito, quando circulava no seu veículo, no interior do qual foram encontrados materiais usados na construção dos artefactos.
O arguido está acusado de 14 crimes de incêndio, por fogos postos nos dias 26 de julho de 2023 em Outeiro da Cabeça (Torres Vedras), 27 e 28 de julho no Peral (Cadaval), 31 de julho em Figueiros e Alguber (Cadaval), 04 de agosto em Alguber, 05 de agosto num eucaliptal junto à Estrada Nacional 366, no Cadaval, 07 de agosto em Casal Caniço e Cercal (Cadaval), 11 e 12 de agosto na Sobrena (Cadaval) e 16 de agosto em Alguber, todos no distrito de Lisboa.
Segundo a acusação, "os incêndios provocados pelo arguido colocaram em perigo mato, armazéns e habitações próximas", com consequências que só não foram mais gravosas "devido à rápida intervenção dos bombeiros e populares".
Os fogos consumiram uma área total de sete hectares, correspondentes em alguns casos a povoamento florestal.
O homem está ainda acusado de 11 crimes de condução sem habilitação legal.
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