Num comunicado hoje emitido, após um plenário de trabalhadores na quinta-feira, o Sindicato dos Trabalhadores dos Espetáculos, do Audiovisual e dos Músicos (Cena-STE) sublinha a "falta de negociação" demonstrada pelos responsáveis da Casa da Música, referindo que em um ano foram feitas apenas duas reuniões, ambas sem conteúdo negocial.
A proposta de negociação do acordo de empresa foi entregue por este sindicato em abril do ano passado, sendo que nas duas reuniões realizadas, uma foi "para estipular um protocolo que limitava as reuniões a uma única por trimestre, o mínimo dos mínimos", e a outra, em dezembro, "sem respostas concretas às prioridades dos trabalhadores".
Além da falta de negociação demonstrada, o Cena-STE assinala que as propostas apresentadas durante um ano pela administração se resumiram a "assuntos gerais e não prioritários " - como deveres dos trabalhadores, confidencialidade e outras questões já previstas na lei -- ao mesmo tempo que "criou" um procedimento para recrutar e contratar novos trabalhadores em que a "transparência é uma falácia".
"Realizam-se entrevistas de emprego por consultores externos, não se divulgam critérios e parâmetros de avaliação, nem listas de ordenação, cancelam-se concursos sem motivo conhecido e não se divulga a fundamentação de decisões, mesmo quando elas são pedidas por mais de 50 trabalhadores em bloco", lê-se no comunicado.
Acentuando que há ainda muito a fazer para que a Casa da Música tenha uma boa política de recursos humanos, o sindicato espera que "o novo Conselho de Administração, prestes a ser designado", reconheça "rapidamente este objetivo como prioritário".
No início deste ano o Organismo de Produção Artística (Opart) - que gere o Teatro Nacional de São Carlos, a Companhia Nacional de Bailado e os Estúdios Victor Córdon - e o Cena-STE assinaram um Acordo de Empresa, classificado por ambas as partes como histórico, depois de anos de negociações.
Na ocasião, o Cena-STE referiu que o acordo então alcançado deve servir de exemplo para outras estruturas com as quais estava a negociar os respetivos acordos de empresa, como o Teatro Nacional D. Maria II, o Teatro Nacional São João e a Fundação Casa da Música.
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