Maria João Ruela, assessora dos Assuntos Sociais da Casa Civil da Presidência da República, é ouvida na tarde desta quarta-feira no Parlamento, no âmbito da Comissão Parlamentar de Inquérito ao caso das gémeas.
Começa por refazer a cronologia das trocas de e-mails, começando pelo pedido de Nuno Rebelo de Sousa, que lhe foi reencaminhado.
Depois de lhe ter sido pedido para "perceber do que se trata", diz que tomou "duas iniciativas a 21 de outubro [de 2019]".
"A primeira, contactar o remetente, o dr. Nuno Rebelo de Sousa, para perceber onde se encontravam as crianças, se em Portugal, se no Brasil", começa por dizer, acrescentando que a comunicação foi sempre por e-mail e não por telefone.
"Recebi resposta ao final desse dia informando que a família ainda está em São Paulo, mas penso que tem tudo pronto para ir para Lisboa", refere.
Nuno Rebelo de Sousa disponibilizou também os contactos diretos, de telefone e e-mail da família. Maria João Ruela diz que nunca os utilizou.
Depois, a assessora diz ter procurado informação "genérica" sobre o encaminhamento de casos semelhantes, recordando o caso da bebé Matilde, que tinha decorrido no verão desse ano.
"Não fiz nenhuma outra diligência ou contacto relacionado com o assunto", prossegue, acrescentando que pediu instruções ao chefe da Casa Civil.
Terão terminado os contactos com Nuno Rebelo de Sousa, que passou a falar diretamente com Frutuoso de Melo.
"Lamentou-se ao meu chefe da minha percecionada inação", denota, frisando depois que o processo foi acompanhado de forma "idêntica a todos os outros".
Questionada por João Almeida, do CDS-PP, frisou nunca ter falado com Nuno Rebelo de Sousa sobre casos semelhantes, "nem antes, nem depois".
Já em resposta a Inês Sousa Real, do PAN, Maria João Ruela diz que quando leu o e-mail em que Nuno Rebelo de Sousa se queixava do seu trabalho à Casa Civil ficou a perceber "que se estava a queixar de que eu não fiz nada".
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