Os Ministério da Justiça e dos Negócios Estrangeiros (MNE) vão reunir-se para discutir o caso do hacker português Diogo Santos Coelho, de 24 anos, que se encontra em prisão domiciliária no Reino Unido e corre o risco de ser extraditado para os EUA, onde poderá ser condenado a 57 anos de prisão.
Fonte do Governo confirmou ao Notícias ao Minuto que a reunião "para ver em que ponto está o processo" vai acontecer em breve, sem avançar, contudo, a data do encontro.
Já a CNN Portugal avança que este vai acontecer ainda esta semana.
Recorde-se que o governo britânico recusou a extradição do jovem viseense para Portugal, optando por enviá-lo para os EUA, onde arrisca cumprir uma pena de prisão de 57 anos.
Tal como confirmou fonte do Executivo ao Notícias ao Minuto, a família do jovem está a fazer pressão, “o que é normal”, para que este não seja extraditado para os EUA.
Diogo foi acusado pelos EUA de vários crimes, entre os quais conspiração, fraude no acesso a dispositivos e roubo de identidade agravado, por ter gerido a RaidForums, uma das maiores plataformas na darkweb de venda de dados roubados de grandes empresas mundiais.
O ano passado, a justiça britânica aceitou o pedido de extradição do jovem para os EUA.
Risco de colocar termo à vida
Segundo a CNN Portugal, a Defesa de Diogo recorreu, alegando que este tem autismo e que corre o risco de colocar fim à vida, caso tenha de cumprir prisão nos EUA.
Em fevereiro deste ano, o Ministério Público (MP) português pediu a extradição do pirata informático para Portugal, alegando que, além de se tratar de um cidadão português, os crimes tinham sido cometidos em território nacional, mas o ministro de Estado para a Segurança britânico, Tom Tugendhat, optou por manter a extradição para os EUA, algo que ainda só não aconteceu devido aos recursos.
A decisão final será anunciada em setembro.
Detido há mais de dois anos
Recorde-se que Diogo foi detido durante a Operação Tourniquet, em abril de 2022, que contou com várias forças de segurança, entre as quais a Polícia Judiciária portuguesa, autoridades dos EUA, Reino Unido, Suécia e Roménia.
Além dele outras duas pessoas foram detidas por serem alegados cúmplices. Todos são suspeitos de terem traficado ou mediado vendas e resgates de dados de importantes empresas norte-americanas. As autoridades norte-americanas acreditam que os hackers terão feito muito dinheiro às custas dos crimes.
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