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Sem passaporte "um par de horas". Bugalho recorda retenção na Venezuela

O eurodeputado português fazia parte de uma comitiva do PPE que foi impedida de entrar na Venezuela para observar as eleições presidenciais. Em entrevista, recordou que lhe foi retirado o passaporte e foi proibido de usar o telemóvel.

Sem passaporte "um par de horas". Bugalho recorda retenção na Venezuela

O eurodeputado Sebastião Bugalho revelou, este sábado, que, após aterrar na Venezuela, ficou privado do seu passaporte "durante um par de horas" e foi impedido de usar o telemóvel antes de ser expulso. O português fazia parte de uma comitiva do Partido Popular Europeu (PPE) que ia acompanhar as eleições presidenciais venezuelanas e foi expulsa do país, mas garantiu não ter ficado com "medo" durante o incidente. Pelo contrário, sentiu-se "honrado"

 

"Fomos encaminhados para uma cabine bastante pequena da guarda fronteiriça venezuelana e aglomeraram as diferentes delegações como se fossemos um só grupo", começou por recordar em declarações à SIC Notícias.

"Levaram-nos os passaportes durante um par de horas, fomos impedidos de usar os nossos telemóveis por uma multidão de guardas fronteiriços que, se nos vissem com o telemóvel, não eram exatamente simpáticos. E estou a usar um eufemismo", acrescentou.

Posteriormente, as delegações foram informadas de que o "governo de Nicolás Maduro recusava entrada" no país e o "estatuto de observadores eleitorais" porque haviam "sancionado a Venezuela". 

"Ambas as premissas são falsas. Tomei posse há duas semanas, não tive tempo de sancionar nem a Venezuela, nem ninguém. E nunca quisemos ser observadores eleitorais destas eleições, não nos propusemos a esse estatuto. Sabíamos que Nicolás Maduro não queria uma missão da União Europeia", advogou.

Resoluções votadas no PE ditaram expulsão de delegação do PPE de Caracas

Resoluções votadas no PE ditaram expulsão de delegação do PPE de Caracas

A delegação do Partido Popular Europeu (PPE) de acompanhamento das eleições presidenciais venezuelanas, onde está integrado o eurodeputado português Sebastião Bugalho, ficou primeiro retida no aeroporto de Caracas e foi depois expulsa do país, adiantaram hoje fontes do PPE, devido a terem votado várias resoluções no Parlamento Europeu.

Lusa | 00:06 - 27/07/2024

No entanto, a delegação do PPE decidiu aceitar um "convite da liderança da oposição democrática" para estar presente nas eleições, tendo "procedido da forma institucional mais correta possível" e informado o governo venezuelano "há cerca de uma semana".

"Procurámos saber junto das autoridades se podíamos ou não ir ao seu país. Fazer nove horas de avião para ficar à porta não é politica nem ecologicamente responsável. Queríamos saber qual seria era o nosso futuro na Venezuela, mas nunca nos foi respondido formalmente", explicou Sebastião Bugalho, que acrescentou: "Fomos deixamos num limbo de expetativas e decidimos ir".

O eurodeputado afirmou que "com o passar dos dias começaram a ver uma série de sinais negativos" - como o Brasil e a Argentina a desistirem de enviar observadores para as eleições e o presidente do Panamá a denunciar que vários ex-presidentes foram impedidos de entrar no país -, mas, ainda assim, a delegação decidiu ir "por uma questão de solidariedade" por quem fez o convite e "por empatia com os venezuelanos que vão a votos".

Sebastião Bugalho disse ainda não ter sentido "medo" e sustentou que o seu mandato no Parlamento Europeu é "suportado por mais de um milhão de portugueses" e que a delegação que viajou até à Venezuela "representa um parlamento com 720 membros de 27 nacionalidades diferentes". 

"Não senti qualquer razão para ter medo. Quem tem medo e quem tem motivos para ter receio, não é o Parlamento Europeu, não são os democratas europeus. Quem tem medo de ver o que se passa na Venezuela e de ver o que se vai passar neste ato eleitoral é quem está no poder na Venezuela", disse.

"Não tive medo. Pelo contrário, senti-me bastante honrado pela oportunidade de ali estar e de partilhar o sentimento de solidariedade democrática com aqueles que vão votar convictamente e acreditando que o ato eleitoral será livre e transparente", acrescentando.

Sublinhe-se mais de 21 milhões de venezuelanos estão habilitados a votar nestas eleições presidenciais, cuja campanha eleitoral ficou marcada por um clima de grande tensão no país, em plena crise económica, social e política.

O atual chefe de Estado venezuelano, Nicolás Maduro, do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), vai concorrer pela terceira vez para mais um mandato de seis anos.

Maduro enfrenta nas urnas Edmundo Gonzalez Urrutia (do Mesa de Unidade Democrática/MUD), o candidato da oposição que a maioria das sondagens coloca na liderança, embora sejam desvalorizadas pelo partido do Presidente, alegando que são fabricadas.

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