"Portugal reitera a necessidade de uma verificação imparcial dos resultados e do acesso aos originais - sublinha-se aos originais - das atas eleitorais. Daí que - em linha com a UE - não tenha reconhecido a vitória oficialmente anunciada", referiu à agência Lusa o ministério liderado por Paulo Rangel, no dia em que Estados Unidos, Argentina e Uruguai reconheceram a vitória do candidato da oposição.
A diplomacia portuguesa garantiu que "acompanha de perto e permanentemente a situação na Venezuela, sempre em contacto com múltiplos interlocutores, designadamente os parceiros da União Europeia e Estados iberoamericanos".
"Nem de outro modo poderia ser, atenta a importância da nossa comunidade portuguesa e luso-descendente na Venezuela", frisou.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros lembrou ainda que Paulo Rangel manteve na quinta-feira uma "troca de impressões" com o alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, e na quarta-feira uma conversa telefónica com a líder da oposição venezuelana, Maria Corina Machado.
"A nossa atuação será sempre coordenada com a UE e pautada pelo apelo à moderação, transparência, diálogo político e abstenção de qualquer ato repressivo ou inibidor da liberdade de manifestação", sublinhou ainda.
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, afirmou na quinta-feira que os Estados Unidos reconhecem a vitória do candidato da oposição nas presidenciais da Venezuela, com base em "provas incontestáveis".
O chefe da diplomacia dos EUA disse considerar válida a contagem de votos apresentada pela oposição, liderada por María Corina Machado, que representa 80% das assembleias de voto e mostra que González Urrutia "recebeu a maioria dos votos com uma margem insuperável".
De acordo com a página resultadosconvzla.com, hoje, quando afirmam ter digitalizado 81,25% das atas, Edmundo González soma 67% dos votos (7.173.152 votos), contra 30% para Maduro (3.250.424).
A oposição venezuelana reivindicou a vitória nas presidenciais, com 70% dos votos para Gonzalez Urrutia, com a líder opositora María Corina Machado a recusar reconhecer os resultados oficiais.
O Centro Carter (CC), uma das organizações convidadas pelas Governo venezuelano para observar as presidenciais, disse na terça-feira que não foi capaz de verificar os resultados das eleições, culpando as autoridades por uma "falta completa de transparência" ao declarar Maduro o vencedor.
Na segunda-feira, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano proclamou Maduro Presidente eleito do país para o período 2025-2031, com 51,2% (5,15 milhões) dos votos.
O principal candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, obteve 44,2% (pouco menos de 4,5 milhões de votos), indicou o CNE.
O governo alega que um "ciberataque" com origem no estrangeiro o impede de apresentar as atas que comprovam os dados da votação anunciados.
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