"Quem conhece a área complexa da realidade hospitalar, e até da sua integração com os cuidados de proximidade em pleno século 21, sabe, e não pode deixar de assumir que aquilo que hoje aqui vimos (...) é, de facto, em termos tecnológicos, do mais diferenciado e sofisticado que nós temos em Portugal", disse Ana Paula Martins.
A governante, que discursava em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, no final de uma visita ao hospital modular do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), com a presença do presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM), José Manuel Bolieiro, e da secretária Regional da Saúde, Mónica Seidi, referiu que o novo equipamento "é inspirador para todo o país, porque é ambição".
"É o não ficar de braços cruzados perante uma tragédia, que foi uma tragédia enorme. E, de repente, ao fim de sete meses, aparece uma estrutura que é do mais moderno que existe ao nível europeu e ao nível mundial", disse.
Ana Paula Martins, que já tinha estado no HDES no dia 06 de maio de 2024, dois após o acidente que atingiu a unidade de saúde, vaticinou que uma parte importante daquilo que hoje viu em Ponta Delgada vai ter três efeitos fundamentais.
"O primeiro de todos e o mais importante" é que os doentes "vão ser melhor tratados", vão ter um espaço de humanização maior e "uma resposta ainda mais qualificada".
Em segundo lugar, apontou que a tecnologia instalada no hospital modular "já é a tecnologia do futuro e vai integrar, de certeza absoluta, (...) aquilo que vai ser o projeto agora futuro, com programa funcional [do HDES], que estará em análise".
Em terceiro lugar, depois de observar que o hospital modular também já tem a capacidade de usar inteligência artificial para "promover segurança, eficácia e qualidade", a titular da pasta da Saúde disse que é necessário que continuem a existir recursos humanos motivados e "com vontade de fazer melhor", para atrair e reter talentos e garantir capacidade formativa na região. Um aspeto que considerou muito importante para a coesão social e territorial, para "não haver portugueses de primeira e de segunda", alegando que o acesso aos cuidados de saúde "não é feito em função do Código Postal".
O hospital de Ponta Delgada, o maior dos Açores, foi afetado por um incêndio em 04 de maio de 2024, que obrigou a deslocalizar serviços e doentes do HDES para outras unidades de saúde na região, para a Madeira e para o continente.
Entretanto, o executivo dos Açores instalou um hospital modular, para garantir a transição até à requalificação estrutural do HDES, onde já investiu cerca de 30 milhões de euros.
Segundo a secretária regional da Saúde dos Açores, Mónica Seidi, a partir de quarta-feira o HDES volta a prestar todos os cuidados de saúde, com a entrada em funcionamento do hospital modular.
"Temos aqui uma estrutura que, no futuro, garantirá, e a partir da próxima quarta-feira, que os cuidados de saúde sejam prestados dentro do perímetro do HDES, que o hospital saia da CUF Açores e que volte aqui ao perímetro do HDES, trazendo também as valências que ainda estão a funcionar no hospital CUF Açores", afirmou hoje a governante.
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