Em comunicado, aquela estrutura referiu que em julho de 2024 foram feitas 3.190 horas extraordinárias, "o que equivale em média a 9,5 horas por enfermeiro".
"No ano de 2023, no período homólogo, foram realizadas 4.279 horas extraordinárias, o que equivale a 12,8 horas por enfermeiro no mês de julho", lê-se na nota.
A ULS de Coimbra sublinhou que planeou uma resposta para o Plano de Contingência para a Resposta Sazonal em Saúde -- Módulo Verão 2024 estabelecido pelo Ministério da Saúde, no qual se engloba a Saúde Materna e Obstetrícia e Ginecologia, e que o número de enfermeiros em julho mantém-se estável relativamente ao mesmo mês de 2023.
"Essa resposta prevê o reforço de enfermeiros e o ajuste de dotações entre as unidades com menor lotação e as unidades com maior lotação no Departamento de Ginecologia, Obstetrícia e Recém-Nascidos", sustentou.
Segundo a ULS de Coimbra, no âmbito do Plano de Contingência foram ainda contratados 39 enfermeiros, com contratos de seis meses, "dos quais nove foram colocados nas maternidades (mobilizaram-se enfermeiros do quadro da ULS para as maternidades com formação específica na área de Obstetrícia)".
A ULS de Coimbra reconheceu "o inexcedível trabalho e dedicação das suas equipas e, particularmente, dos profissionais de saúde que trabalham em Saúde Materna, Obstetrícia e Ginecologia que, nos últimos dias, têm garantido os cuidados de saúde a mulheres, mães e bebés nas maternidades e ajudam, enquanto unidade de fim de linha e altamente diferenciada, a responder em rede e com segurança às pessoas que a nós recorrem por falta de resposta na sua área de abrangência".
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) acusou na quarta-feira a ULS de Coimbra de sobrecarregar os profissionais de saúde das Maternidades Daniel de Matos e Bissaya Barreto para continuar a dar todas as respostas assistenciais.
"Está tudo depauperado durante 365 dias e agora, por via dos encerramentos que todos conhecemos, a situação mais do que piorou e está insuportável", sublinhou à agência Lusa o sindicalista Paulo Anacleto.
O dirigente do SEP alertou para uma "sobrecarga de trabalho gigantesca" agora no período de férias, em que os profissionais de serviço estão "altamente sobrecarregados e não aguentam".
Em comunicado, a estrutura sindical frisou que a capacidade de resposta das maternidades de Coimbra deve-se, sobretudo, "ao esforço acrescido dos seus profissionais, designadamente dos enfermeiros, com recurso a um enorme volume de horas extraordinárias e a constantes alterações dos horários de trabalho".
[Notícia atualizada às 18h51]
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