Em declarações à agência Lusa, António Nunes disse que os meios estão concentrados nos concelhos da Ribeira Brava, onde estão ativas duas frentes (Furna e Encumeada); Ponta do Sol, também com duas frentes (Lombada e Canhas); e Câmara de Lobos, onde o fogo lavra numa zona inacessível no sítio do Pico Furão.
Às 09h00, o combate envolvia, no total, 74 bombeiros e 21 veículos.
O presidente do Serviço Regional de Proteção Civil explicou que nos concelhos da Ribeira Brava e Ponta do Sol o fogo lavra com "fraca intensidade" em áreas de "difícil acesso", onde não se consegue facilmente entrar com meios apeados ou com meios mecânicos.
Nesta zona, o fogo está a ser combatido por 55 operacionais e 14 meios.
"Na zona de Câmara de Lobos, mais concretamente no Curral das Freiras, nós temos o reacendimento [durante a noite] no Pico Furão. O fogo está a progredir de forma ascendente em direção ao Pico do Areeiro e Torrinha", disse António Nunes, sublinhando que ocorre também numa área de difícil acesso.
"Não temos qualquer possibilidade de lá chegar, isto é, de forma apeada não conseguimos fazer qualquer intervenção. De forma aérea também temos de aguardar que o incêndio chegue a uma cota que permita a intervenção do helicóptero, porque nós não podemos andar a voar dentro destes vales encaixados", explicou.
No Curral das Freiras, estão posicionados sete meios e 19 operacionais.
"Apesar de o fogo ter algum desenvolvimento descendente, não existe qualquer habitação em perigo neste momento e nós temos os meios posicionados para responder se assim for necessário", esclareceu.
O sítio da Fajã dos Cardos é a área habitada mais próxima de chamas, mas nenhuma casa foi afetada.
De acordo com o representante, desde que o fogo deflagrou não há registo de qualquer habitação danificada nem de feridos nos três concelhos afetados.
O incêndio rural na Madeira teve início na quarta-feira nas serras da Ribeira Brava, propagando-se no dia seguinte ao concelho de Câmara de Lobos, e, já no fim de semana, ao município da Ponta do Sol, através do Paul da Serra.
Até domingo, 160 pessoas foram retiradas das suas habitações por precaução e transportadas para equipamentos públicos, mas muitos moradores já regressaram ou estão a regressar a casa, à exceção da Fajã das Galinhas, em Câmara de Lobos.
Ao início da noite de segunda-feira, o fogo mantinha duas frentes ativas, na Encumeada (Ribeira Brava) e no Paul da Serra (Ponta do Sol), o que levou à retirada de alguns habitantes da Furna (Ribeira Brava), que foram transportados para o pavilhão desportivo do município.
O combate às chamas tem sido dificultado pelo vento, agora mais reduzido, e pelas temperaturas elevadas, mas não há registo de destruição de casas e infraestruturas essenciais. Uma bombeira recebeu assistência hospitalar por exaustão.
Projeções do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais apontam para sete mil hectares ardidos desde o início do incêndio.
[Notícia atualizada às 10h02]
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