Falsa 'invasão' de navios chineses nos Açores investigada. O que se sabe

Falso alerta chegou a ser partilhado pelo Chega nas redes sociais, antes de ser explicado pelo Governo Regional dos Açores, Marinha e Força Aérea Portuguesa.

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Notícias ao Minuto com Lusa
23/08/2024 09:29 ‧ 23/08/2024 por Notícias ao Minuto com Lusa

País

Açores

O alerta para a presença de várias embarcações de pesca chinesas na Zona Económica Exclusiva (ZEE) dos Açores, amplamente partilhado nas redes sociais na noite de quarta-feira, inclusive pelo Chega, é falso, como explicaram o Governo Regional, a Marinha e a Força Aérea Portuguesa, na quinta-feira.

 

Segundo o executivo açoriano, trata-se de AIS Spoofing, isto é, um caso de falsificação de dados do Sistema de Identificação Automática (AIS).

Depois de a frota pesqueira chinesa ter sido localizada em diversos sistemas de informação, a sul e a sudoeste da ilha das Flores, foram empenhados tanto meios da Marinha como da Força Aérea Portuguesa que verificaram que não existiam quaisquer "embarcações não autorizadas no local".

Tratou-se, revelou fonte da Marinha ao Notícias ao Minuto, de algo que foi "injetado propositadamente ou não" na plataforma, sendo, por isso, "falso".

Investigação a decorrer

À RTP Açores, o Capitão Porto da Horta, Gomez Braz, explicou que ainda não se sabe "se será um problema do sistema, se será uma informação errada injetada propositadamente", garantindo que está a decorrer uma investigação e que se vai averiguar o que acontecer, mas que esta levará "o seu tempo".

"Os contactos continuam ainda a aparecer. Não são contactos normais, não têm um seguimento, aparecem pontualmente e ficam durante algum tempo até desaparecerem devido à idade do contacto, ou seja, o tempo que ele apareceu sem atualização", acrescentou ainda sobre o aparecimento dos barcos de batalhão chineses presentes que, nos sistemas de informação, aparecem ao largo da ilha mais ocidental do arquipélago.

O que não deixa o partido Chega satisfeito, uma vez que distrital exige saber o que levou as autoridades a concluirem que se trata de um caso de AIS Spoofing e que esforços estão a ser feitos para identificar a sua origem.

"Importância geopolítica e geoestratégica dos Açores"

Entretanto, o Governo açoriano justificou o acionamento de meios com a necessidade de proteger a área da Zona Económica Exclusiva do arquipélago, uma vez que o caso remete "para a importância da posição geopolítica e geoestratégica da Região Autónoma dos Açores" e da fiscalização e monitorização das suas águas.

Adiantou ainda a Secretaria Regional do Mar e das Pescas à agência Lusa, que "o processo de fiscalização e monitorização seguiu a tramitação definida para situações de violação das regras comunitárias do exercício da pesca comercial, face à identificação de navios de pesca".

Leia Também: Navios chineses nos Açores? Dados online foram fabricados: "É falso"

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