O Ministério da Administração Interna anunciou, esta terça-feira, que a ministra Margarida Blasco assinou, na noite de segunda-feira, o "despacho que desencadeia a tramitação legal que conduz ao pagamento" de indemnizações aos familiares dos cinco militares da Guarda Nacional Republicana (GNR) que morreram na queda de um helicóptero no rio Douro.
De acordo com um comunicado, enviado às redações, a ministra acompanhou "de perto" as famílias e participou nos funerais dos cinco militares, que morreram na passada sexta-feira quando regressavam de uma operação de combate a um incêndio rural que lavrava em Baião.
"O Governo, através da Ministra da Administração Interna, iniciou, assim, o procedimento que pretende seja o mais célere possível, sendo que, no cumprimento da legalidade, tudo se fará para que assim o seja", lê-se na nota.
Sublinhando que o "Governo não esquece, nem poderia esquecer, quem deu a sua vida pelos outros, ao serviço da comunidade", o Ministério da Administração Interna reconheceu que "nada poderá compensar a perda de uma vida humana", mas tem a "determinação e garantia de prestar toda a ajuda e apoio às famílias das vítimas, que foram devastadas por tamanha tragédia".
"Portugal sabe, sempre, reconhecer o brio e a dedicação de todos aqueles que se alistam, ano após ano, para com o risco da própria vida, se colocarem ao serviço das forças de segurança para protegerem a nossa comunidade", acrescenta o comunicado, destacando que "é, agora, tempo de não esquecer as famílias que ficam e que precisam de toda a solidariedade e apoio".
Recorde-se que a bordo, aquando do acidente que aconteceu em Samodães, concelho de Lamego (Viseu), seguiam cinco militares da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPC) da GNR, que perderam a vida, e o piloto, o único sobrevivente.
Durante a manhã de hoje procedeu-se à retirada da cauda do helicóptero do fundo do leito do rio, a qual foi transportada por uma embarcação com grua para o cais fluvial de Lamego e, daí, para o hangar do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), no aeródromo de Viseu.
Ficou por recuperar outra peça considerada importante, designadamente o computador de navegação que tem o tamanho de um 'tablet'.
O impacto do helicóptero no rio foi de forte violência e, em consequência, a aeronave partiu-se em duas partes. No sábado já tinha sido recuperada parte da cabine e hoje foi retirada a cauda.
No sábado, o organismo responsável pela investigação à queda do helicóptero de combate a incêndios no rio Douro, o GPIAAF, disse já ter ouvido o piloto e testemunhas e concluído "o essencial da fase de trabalhos de campo".
Disse ainda que tenciona publicar, até ao final do dia de hoje, uma nota informativa dando conta das constatações iniciais e do caminho a prosseguir pela investigação.
O helicóptero acidentado, do modelo AS350 - Écureuil, era operado pela empresa HTA Helicópteros, sediada em Loulé, Algarve, e o acidente aconteceu quando regressava ao Centro de Meios Aéreos de Armamar.
[Notícia atualizada às 17h01]
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