À margem da cerimónia de assinatura, na Embaixada de Portugal em Brasília, do Termo de Reciprocidade de reconhecimento mútuo das qualificações e práticas profissionais dos biólogos em ambos os países, Maria de Jesus Fernandes frisou à Lusa que "a necessidade de reconhecimento do grau académico para a inscrição na Ordem dificulta grandemente a tarefa dos biólogos" brasileiros.
"Biólogos brasileiros vão para Portugal e depois têm dificuldade no registo como profissionais na Ordem dos Biólogos", detalhou.
E também o contrário, com os biólogos portugueses que vêm trabalhar para cá para empresas de monitorização de projetos, de impacto ambiental, consultoria ambiental.
"Já há um mercado de empresas que trabalham cá e os nossos biólogos têm muita dificuldade", disse, sublinhando que este acordo é um tiro de partida que visa precisamente colmatar estas falhas.
De acordo com a Ordem dos Biólogos de Portugal, o Termo de Reciprocidade estabelece as condições para a admissão e o registo de biólogos em Portugal e no Brasil, aplicando-se aos "profissionais graduados registados na categoria de biólogos que possuam habilitação para emissão de Anotação de Responsabilidade Técnica no Brasil e aos profissionais biólogos com inscrição como membro efetivo na Ordem dos Biólogos em Portugal".
Durante a cerimónia de assinatura, a presidente do Conselho Federal de Biologia do Brasil, Alcione de Azevedo, enalteceu "o momento histórico" que valoriza os profissionais biólogos dos dois países.
A responsável portuguesa encontra-se em visita oficial ao Brasil desde sábado, tendo participado no Senado nas celebrações dos 45 anos da regulamentação da profissão de biólogo no Brasil. Dia 09 marcará presença numa reunião na sede do Conselho Federal de Biologia do Brasil, na cidade amazónia de Manaus, cujo tema é "O Biólogo Português na Amazónia e o Biólogo Brasileiro em Portugal" .
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