"É uma importância para a cidade e para o país de salvaguardar os jornalistas porque temos que salvaguardar a nossa democracia e a nossa liberdade. Vivemos um momento muito difícil, o mundo digital que veio transformar aquilo que o jornalismo representa, que é o rigor, a independência, o conseguir aprofundar os assuntos", disse Carlos Moedas aos jornalistas após a apresentação do prémio.
No salão nobre dos Paços do Concelho, Carlos Moedas, que assumiu a pasta da Cultura em maio, após a suspensão do mandato do vereador Diogo Moura, sublinhou que na defesa da liberdade é preciso que todos possam dar o seu contributo.
"Vamos poder ajudar pelo menos 20 projetos, com 10.000 euros cada um, em que não há qualquer interferência política, em que os jornalistas vão poder desenvolver e aprofundar investigações por temas que têm a ver com cultura com Lisboa e que, a partir daí, possam fazer o seu trabalho", referiu.
Carlos Moedas lembrou que, atualmente, um dos "maiores desafios" é a "própria democracia", considerando que não pode voltar a acontecer os jornalistas "não terem recursos", como o caso recente ocorrido com os jornalistas do Diário de Notícias, da TSF e do Jornal de Notícias.
"São programas como estes [que podem ajudar] em que cada um destes projetos poderá ter 10.000 euros à disposição para fazer o seu trabalho", sublinhou, especificando que o valor será para o próprio jornalista e não para o meio de comunicação social em si e para os produtores de conteúdos 'online'.
Por seu turno, Gonçalo Reis, administrador não executivo da empresa municipal Lisboa Cultura (antiga EGEAC - Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural) referiu que a intenção do programa não é "subsidiar os meios de comunicação social ou apoiar financeiramente", reiterando que os princípios de "não intervenção são essenciais".
O responsável garantiu também que nenhum equipamento da Lisboa Cultura irá ficar prejudicado com a atribuição deste prémio, continuando as programações como até aqui.
O programa Lisboa, Cultura e Media tem como missão promover a criação e difusão de notícias e conteúdos relacionados com cultura e a cidade de Lisboa, com um valor anual de 200 mil euros: 10 mil euros de prémio para 10 projetos jornalísticos e 10 mil euros de prémio para 10 projetos de plataformas digitais.
De acordo com Carlos Moedas, o júri do programa é de "altíssima qualidade", com Miguel Esteves Cardoso como presidente, Pedro Boucherie Mendes, Paula Moura Pinheiro e Rosália Amorim.
A partir de hoje e até 31 de outubro, os jornalistas interessados podem submeter a sua candidatura no site da Lisboa Cultura, https://egeac.pt/.
Em janeiro de 2025 serão apresentados os vencedores e entregues os prémios em março, sendo 31 de março de 2026 a data limite para a conclusão dos projetos.
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