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Presidenciais? "Não incluo, nem excluo. O que disser agora é prematuro"

O chefe do Estado-Maior da Armada, mandato que termina a 27 de dezembro, ressalvou que, enquanto for um militar no ativo, "tudo o que disser é prematuro".

Presidenciais? "Não incluo, nem excluo. O que disser agora é prematuro"

O almirante Henrique Gouveia e Melo salientou, esta quarta-feira, que não se poderá manifestar quanto a uma eventual candidatura à Presidência da República enquanto for um militar no ativo, pelo que "tudo o que disser agora é prematuro". Ainda assim, o chefe do Estado-Maior da Armada, mandato que termina a 27 de dezembro, ressalvou que não exclui nem inclui a possibilidade de uma carreira política.

 

"Tenho de sentir que isso seria útil para o país, e é um 'se' muito grande. Se avançaria ou não, é outro 'se' muito grande. Essa pergunta é-me feita de forma muito recorrente. Sou militar no ativo e um militar no ativo só pode responder duas coisas: ou não responde ou responde que não, porque responder que sim é imediatamente tomar uma posição política. Isso é contra o meu estatuto militar", começou por explicar o responsável, em declarações ao programa Grande Entrevista, da RTP3.

O chefe do Estado-Maior da Armada considerou, assim, que a questão acaba por o condicionar, já que perde "a liberdade de dizer alguma coisa no futuro", ou por obrigá-lo a responder 'nim', o que também "não é justo".

"Disse 'nim' muitas vezes e as pessoas interpretaram imediatamente esse 'nim' como uma vontade escondida de, depois de deixar a minha vida militar, fazer um projeto político. Não, há uma única vontade que quero manifestar. A liberdade que a cidadania me dá após a minha vida militar não é cerceada. Não considero justo que me tentem condicionar com perguntas antes de ter essa liberdade, tentando dizer ou não ou 'nim', mas não posso dizer 'sim'", complementou.

Nessa linha, Gouveia e Melo foi taxativo: "Não incluo nem excluo. Tudo o que disser agora é prematuro."

O responsável agradeceu ainda o relevo que lhe é dado nas sondagens, mas assegurou que a sua decisão "não será condicionada por elas". "Estou decidido é a ser um cidadão livre", disse.

O chefe do Estado-Maior da Armada apontou, além disso, estar a "terminar a missão" na Marinha, ainda que tenha admitido julgar que a ambição de fazer uma alteração profunda naquele organismo tenha sido "cumprida".

"Nunca terminamos a nossa missão, porque a Marinha é uma grande entidade, com missões muito diversificadas, e o ambiente está em mudança permanente. Ter a esperança de fechar um ciclo e resolver o problema para sempre é uma ilusão", afirmou.

No que diz respeito a uma eventual renovação do cargo, o almirante Gouveia e Melo confessou que "esse assunto requer um conjunto de pressupostos que têm de se materializar". "É uma coisa que não tenho resolvida na minha cabeça", disse.

É que, na sua ótica, "há um dia em que temos de parar", apesar de "todos gostarmos de continuar e fazer mais coisas". "É preciso termos cuidado para não nos apoderarmos das instituições", alertou.

O responsável adiantou, por isso, que pretende "continuar a viver, contribuir no que puder para o [seu] país e gozar de todo o processo de desgaste que a [sua] vida militar [lhe] causou".

"Estou mesmo muito concentrado em tentar acelerar o fim do processo que comecei", reforçou.

[Notícia atualizada às 23h44]

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