"Enquanto ministra da Justiça, entendi ser crucial dar espaço à investigação, não contribuindo para o ruído de fundo, que surge sempre nestes momentos", alegou Rita Alarcão Júdice, em conferência de imprensa, em Lisboa.
A governante confirmou que recebeu hoje o relatório da auditoria à atuação dos serviços de vigilância e segurança, que foi elaborado pela Divisão de Serviços de Segurança da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais.
Este relatório resulta do inquérito instaurado no sábado, dia em que aconteceu a fuga dos reclusos do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre.
Na sequência da entrega do relatório, "entendo ser o momento para falar", salientou Rita Alarcão Júdice, que classificou como de "gravidade extrema" a fuga de cinco reclusos perigosos, em plena luz do dia, com ajuda externa, saltando dois muros, um deles com seis metros.
Em resposta aos jornalistas, a governante assegurou ainda que o "Governo assume a responsabilidade de resolver este problema", alegando que é nisso que está "focada desde o primeiro minuto".
"O meu silêncio em nada representa um não acompanhamento, uma não preocupação com o tema", assegurou a ministra da Justiça, ao realçar que decidiu primeiro "estar na posse de toda a informação que permitisse tomar decisões duras".
Cinco reclusos fugiram no sábado do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre, no concelho de Azambuja, distrito de Lisboa.
Os evadidos são dois cidadãos portugueses, Fernando Ribeiro Ferreira e Fábio Fernandes Santos Loureiro, um cidadão da Geórgia, Shergili Farjiani, um da Argentina, Rodolf José Lohrmann, e um do Reino Unido, Mark Cameron Roscaleer, com idades entre os 33 e os 61 anos.
Foram condenados a penas entre os sete e os 25 anos de prisão, por vários crimes, entre os quais tráfico de droga, associação criminosa, roubo, sequestro e branqueamento de capitais.
[Notícia atualizada às 19h35]
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