Na audição na comissão parlamentar de orçamento e finanças, Miguel Martín fez uma apresentação sobre o financiamento da República e, referindo-se às elevadas subscrições de certificados de aforro em 2023, disse que tal teve um "efeito disruptivo" na operação do IGCP, explicando que para esta entidade é importante que todos os agentes de gestão da dívida sejam regulares no mercado (para fomentar a liquidez) e também previsíveis.
"No ano de 2023, a forte subida das subscrições dos certificados de aforro perturbou a atuação regular do IGCP e por conseguinte no ano passado o IGCP este em termos de emissão de Obrigações do Tesouro cinco vezes em mercado quando o expectável são 10 e em Bilhetes do Tesouro esteve quatro vezes em mercado quando é expectável 10 operações", disse.
Já este ano, adiantou o presidente do IGCP, é de "regresso à normalidade".
Em 2023, a elevada remuneração dos certificados de aforro, sobretudo face à dos depósitos bancários, levou a grandes subscrições desta dívida pública destinada ao retalho.
Em junho de 2023, o Governo (PS) decidiu baixar a remuneração dos certificados o que levou a uma forte diminuição da procura pelos certificados de aforro.
Sobre a evolução da remuneração dos certificados de aforro, o presidente do IGCP remeteu para declarações do ministro das Finanças sobre as alterações pois é uma decisão governamental.
Em julho, no parlamento, em resposta a perguntas de deputados, Miranda Sarmento disse que o executivo "está a olhar para esse tema", da remuneração dos certificados, e adiantou que haverá "medidas que tornem os certificados mais atrativos, dentro daquilo que é a normal gestão de portefólio da dívida pública portuguesa" levada a cabo pelo IGCP.
Em julho deste ano havia 33,9 mil milhões de euros investidos em certificados de aforro (mais quase 1% face ao mesmo mês de 2023), segundo dados do Banco de Portugal.
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