Marcelo Rebelo de Sousa falava à comunicação social na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), tendo ao seu lado o primeiro-ministro, Luís Montenegro.
O chefe de Estado tinha prevista uma deslocação a Tenerife e Las Palmas, em Espanha, para participar num encontro internacional de ministros da Justiça, na quarta-feira, e depois numa reunião da associação empresarial Cotec Europa, entre quinta e sexta-feira.
"Eu cancelarei uma deslocação que tinha a Espanha depois de amanhã [quarta-feira], precisamente por entender que há uma preocupação que está em curso na resposta de estabilização com capacidade, com serenidade", declarou.
Antes, Marcelo Rebelo de Sousa assinalou "a decisão do senhor primeiro-ministro de cancelar hoje e amanhã [terça-feira] o seu programa, para continuar a concentrar-se ainda mais no que se passa" no combate aos incêndios.
Nesta ocasião, o Presidente da República começou por dirigir uma palavra de agradecimento às populações "pela forma como, de um modo geral, enfrentaram uma situação repentina" e "como acataram as indicações das autoridades".
Por outro lado, manifestou-lhes a sua solidariedade "pelo susto, pelo repentino, pelos danos patrimoniais, pelos danos pessoais", referindo-se aos feridos e às três vítimas mortais que se registaram desde domingo, uma das quais um bombeiro.
"Aliás, com a família desse bombeiro tive a oportunidade já de falar", mencionou.
Depois, o chefe de Estado dirigiu-se "àqueles que tiveram a responsabilidade da resposta" e enalteceu o "esforço imenso da estrutura da Proteção Civil", realçando que "o número de ocorrências subiu a pique, e em muitos casos subiu de noite, ou subiu ao longo do dia de hoje".
"Há apenas três de todos os fogos que estão a ter um comando nacional, todos os outros estão a ter comandos locais, a cargo de bombeiros. E, portanto, é um esforço muito grande de todos os que estão a dar essa resposta, e, em particular, os bombeiros. E essa palavra é devida", acrescentou.
Marcelo Rebelo de Sousa agradeceu também "à União Europeia a forma como correspondeu à solicitação do Governo português, fazendo funcionar um mecanismo que é um mecanismo europeu" e "aos governos dos países que imediatamente disponibilizaram meios aéreos".
O Presidente da República elogiou "a capacidade de resistência, solidariedade e serenidade das populações", que no seu entender resulta do que foi "aprendido ao longo dos últimos anos".
"Mas, além disso, eu penso que é fundamental sublinhar que aprendemos com a preocupação de ir dando uma resposta com todos os apoios que são necessários. Se necessário, internacionais, internacionais, para além dos apoios e intervenção dos meios aéreos nacionais, que só hoje, acabei de ouvir, tiveram 179 intervenções. Isto é um grande esforço", considerou.
[Notícia atualizada às 22h04]
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