Aluno que esfaqueou colegas na Azambuja tinha "colete à prova de bala"
Menino de 12 anos chegou à escola depois da hora de almoço e, uma vez no local, tirou uma faca da mochila e esfaqueou "indiscriminadamente" os colegas.
© Pedro Fiúza/NurPhoto via Getty Images
País Azambuja
O menino de 12 anos que esfaqueou seis colegas da Escola Básica da Azambuja - cinco meninas e um menino com entre 12 e 14 anos - tinha consigo, para além da faca que utilizou para o ataque, um "colete à prova de bala", que seria "do pai".
A informação foi avançada pelo presidente da Câmara Municipal da Azambuja, Silvino Lúcio, em declarações à RTP.
"Entrou, normalmente, trouxe a sua mochila e dentro trazia, sem ninguém o esperar, uma faca e um colete à prova de bala. Depois, começou a esfaquear indiscriminadamente, não havia nenhum objetivo de ser este ou aquele colega", disse, explicando que a criança chegou à escola depois da hora de almoço.
A Guarda Nacional Republicana (GNR) explicou, também à RTP, que o aluno está retido numa sala de aula à espera da chegada da Polícia Judiciária (PJ), e está "sereno".
"Todas as outras crianças foram entregues aos pais com a total serenidade", acrescentou o porta-voz da GNR, garantindo que esta escola será, "em particular", acompanhada.
"Situação anormal, de gritos e de histerismo"
"As auxiliares aperceberam-se de uma situação anormal, de gritos e de histerismo, e chamaram-no, demoveram-no, aproximaram-se dele, tentaram que não houvesse mais incidentes, mas até lá chegarem, porque foi no corredor de acesso às salas de aula, conseguiu fazer essas seis vítimas", contou, também, o autarca da Azambuja, citado pela agência Lusa.
Silvino Lúcio recusou que a Escola Básica 1, 2 e 3 de Azambuja seja uma escola problemática: "Nunca teve problemas de maior, tinha um problema ou outro de 'bullying', mas coisas que se ultrapassam com psicólogos e com a direção da escola, não era nada complicada", assegurou.
Enquanto o agressor foi agarrado e mantido numa sala de aula, onde ficou à guarda de elementos da GNR, até ser interrogado pela Polícia Judiciária (PJ), a escola foi encerrada e chamados os pais dos alunos.
"Criou-se alguns momentos de pânico, porque os pais queriam saber se os feridos eram os filhos deles, são sempre momentos estranhos", desabafou Silvino Lúcio.
O presidente da autarquia revelou ainda que a diretora do estabelecimento "disse que o senhor ministro [da Educação] ligou para manifestar solidariedade e pôr-se ao dispor", para câmara, ministério e escola trabalharem "em conjunto para precaver outras situações", mas que estava totalmente disponível e solidário".
Para o local acorreram os bombeiros de Azambuja e de Alcoentre, GNR, Cruz Vermelha de Aveiras de Cima, Serviço Municipal de Proteção Civil, VMER de Vila Franca de Xira e a PJ.
No local estiveram presentes as equipas do município de Azambuja e do INEM a prestar apoio psicológico, a vários adultos e crianças.
A Escola Básica de Azambuja é frequentada por 450 alunos, até ao sétimo ano, e irá "retomar a sua atividade" na quarta-feira, "dentro da normalidade possível", continuando "a ser prestado o acompanhamento psicológico necessário", concluiu a nota.
[Notícia atualizada às 18h04]
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