Um aluno de 12 anos entrou, na terça-feira, na escola onde frequenta o sétimo ano e esfaqueou seis colegas, um dos quais com gravidade. Normalmente, este tipo de casos chega-nos dos EUA, mas este aconteceu em Portugal, mais precisamente na Escola Básica da Azambuja, distrito de Lisboa, o que está a chocar o país.
Segundo o presidente da Câmara da Azambuja, Silvino Lúcio, o adolescente "atacou indiscriminadamente" e podia ter feito mais vítimas. Só não o terá feito porque foi travado por uma funcionária. Com ele, além da faca de cozinha com que cometeu o crime, tinha um colete balístico. Ambos levados de casa, depois da hora de almoço.
Após ser desarmado e entregue à Guarda Nacional Republicana (GNR), o estudante foi ouvido pela Polícia Judiciária (PJ), autoridade esta que realizou perícias no local e já terá também falado com os pais do agressor.
Os feridos, cinco raparigas e um rapaz, com idades compreendidas entre os 12 e os 14 anos, foram transportados para o Hospital de Vila Franca de Xira. Uma das meninas, que ficou ferida com gravidade, mas não corre perigo de vida, teve mesmo de ser transferida para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa.
Dois dos restantes feridos já tiveram entretanto alta, enquanto os restantes continuam sob observação em Vila Franca de Xira.
Apesar de não estar referenciado, alguns meios de comunicação social noticiam hoje que o agressor, filho de uma professora de outra escola e de um vigilante de segurança, pode ter problemas de saúde mental por sofrer de bullying e inclusive ter tido um surto psicótico.
Entretanto, à Lusa, fonte policial adiantou que o aluno foi "detido", apesar de ser menor, e sujeito a uma "avaliação psicológica".
Já a escola, que tinha reaberto na terça-feira após estar fechada devido a um ato de vandalismo, voltou a reabrir esta quarta-feira, 18 de setembro, apesar de, segundo a SIC Notícias, pais e alunos continuarem preocupados.
Marcelo repudia ataque. Montenegro condena-o
Foram várias as personalidades que já reagiram ao ataque da Azambuja. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa lamentou e repudiou o incidente, acrescentando que "nada [o] pode justificar".
Já o primeiro-ministro, Luís Montenegro lembrou que se trata de um "ato isolado", condenando-o, tal como o ministério da educação, numa declaração feita na rede social X.
"Condeno nos termos mais veementes o ataque ocorrido na Escola Básica na Azambuja e faço votos de plena e rápida recuperação aos alunos feridos", escreveu.
Por sua vez, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, expressou "total repúdio" pelo ataque hoje ocorrido numa escola de Azambuja, em que seis alunos foram esfaqueados por um colega, e salientou que a segurança das crianças tem de estar acima de tudo.
Já a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) lembrou que o "ato de violência" que se viveu na Escola Básica da Azambuja, nesta terça-feira, "deverá fazer refletir sobre o que (não) tem sido feito para prevenir e combater a violência e obrigar a que se tomem medidas".
[Notícia atualizada às 10h32]
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