"Mantém-se a severidade da ocorrência com três frentes atualmente ativas", disse à agência Lusa a presidente da Câmara de Arouca, Margarida Belém, prolongando o cenário descrito pelo comandante da corporação de bombeiros do concelho, que esta madrugada classificava a situação como "incontrolável" e "gravíssima".
O incêndio em Arouca resulta do alastrar do fogo que teve início no concelho vizinho de Castro Daire, no distrito de Viseu, e mobiliza esta manhã 106 operacionais e 25 veículos de várias corporações, entre as quais as de Lourosa, Santa Maria da Feira, Nespereira, Fajões, São João da Madeira e a dos Bombeiros Sapadores de Viana do Castelo.
No concelho classificado como Geoparque da Unesco e com uma área de 329,11 quilómetros quadrados, 85% dos quais de mancha florestal, as frentes ativas estão situadas em Alvarenga, na zona de Covêlo de Paivó e Janarde, e também na de Canelas e Espiunca.
"Estão confinadas as aldeias de Telhe, Covelo de Paivô, Meitriz, Regoufe, Silveiras, Vila Galega, Vila Nova, Santo António, Travessa, Várzeas, Vilarinho, Vila Cova e Serabigões", adiantou a a autarquia, realçando que desses núcleos habitacionais já foram retirados os habitantes com mobilidade reduzida, entretanto conduzidos para a residência de familiares.
Com o Plano Municipal de Emergência e Proteção Civil ativo desde o início da madrugada, a Câmara encerrou hoje "todos os estabelecimentos escolares públicos do concelho", afetando as escolas sede dos dois agrupamentos locais, localizadas em Arouca e em Escariz, ao acolhimento exclusivo de "filhos e dependentes a cargo dos profissionais de saúde, das forças e serviços de segurança e de socorro, e dos outros profissionais diretamente envolvidos nas operações de socorro no âmbito dos incêndios".
Num território essencialmente florestal, com serras de declives acentuados e poucas estradas, três vias estão já cortadas ao trânsito nos dois sentidos: a Estrada Nacional 326-1, no troço entre Alvarenga e o corte para o município de Castelo de Paiva; a Estrada Municipal (EM) 510, no trajeto entre Ponte de Telhe, Covêlo de Paivó e Janarde; e a EM 505, entre Canelas e Espiunca.
Desde domingo, já sete pessoas morreram e 40 ficaram feridas nos incêndios que lavram nas regiões Norte e Centro do país, em concreto nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real e Viseu, do que também resultaram dezenas de casas destruídas.
Segundo o sistema europeu de observação terrestre Copernicus, a área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa assim os 62.000 hectares.
Mais de 4.400 operacionais, apoiados por 1.600 meios terrestres, continuavam às 08:00 de hoje a combater cerca de 50 fogos rurais em Portugal continental, de acordo com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
Às 07:45 estavam ativos 46 incêndios no território continental que eram combatidos por 4.492 operacionais, segundo a informação disponível na página oficial da ANEPC na Internet.
Os fogos que lavram há vários dias no distrito de Aveiro continuam a ser os que mobilizam mais operacionais e outros meios.
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