"Em termos de vítimas, no acumulado de 16 a 18 de setembro temos um total registado e validado de 123 vítimas, das quais cinco mortais, 10 feridos graves, 49 feridos ligeiros e 59 vítimas assistidas no teatro de operações que não tiveram necessidade de serem transportadas a unidades hospitalares", explicou hoje o comandante nacional André Fernandes, na conferência de imprensa realizada na sede da ANEPC, em Carnaxide.
Questionado sobre a diferença no número de mortos registados, uma vez que até agora se falava num balanço de sete vítimas, o responsável da ANEPC referiu que as cinco mortes são a indicação que a Proteção Civil recebeu do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), não sendo contabilizados os dois civis que morreram de doença súbita.
André Fernandes adiantou ainda que houve até agora 59 pessoas que precisaram de ser alojadas nas zonas de concentração e apoio à população, designadamente em Castro Daire (33), Carregal do Sal (15) e Águeda (11). Existem ainda outras duas zonas prontas para acolher pessoas, em Sever do Vouga e Albergaria-a-Velha, e mais duas disponíveis para serem ativadas (Cabeceiras de Basto e Nelas), caso seja necessário.
Sobre o corte de vias, o comandante nacional da ANEPC salientou que a autoestrada A41 está cortada nos dois sentidos entre os nós de Medas e Aguiar de Sousa. Está igualmente cortada a linha ferroviária do Douro entre Marco de Canaveses e Régua.
Os incêndios que atingem desde domingo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga e Viseu, destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas.
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 106 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro, já arderam perto de 76 mil hectares.
Segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), hoje pelas 12:00, estavam em curso 44 incêndios, dos quais 23 eram considerados ocorrências significativas, que envolviam mais de 3.000 operacionais, apoiados por perto de mil meios terrestres e 19 meios aéreos.
O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias e alargou até quinta-feira a situação de alerta, face às previsões meteorológicas.
[Notícia atualizada às 14h48]
Leia Também: AO MINUTO: "Passadiços do Paiva a arder"; Autarcas pedem mais "meios"