O ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, não tem grandes dúvidas de que os incêndios que têm assolado o país nos últimos dias têm mão criminosa. Nos contactos que tem feito com dezenas de autarcas chegam-lhe vários comentários sobre este assunto com "grande revolta".
"Evidentemente que se fica a suspeitar que não é a natureza que provoca estes incêndios. É mais do que uma suspeita, há praticamente a certeza de que não é a natureza que provoca estes incêndios. O que o primeiro-ministro disse é a vontade do Governo em criar condições e especializar polícias para detetar estas pessoas e garantir que tenham a punição devida", afirmou Manuel Castro Almeida numa entrevista à CNN Portugal.
Entre as queixas que tem recebido dos presidentes dos municípios chega-lhe também a falta de meios, mas o responsável pela pasta da Coesão Territorial considera que, numa situação como esta, era "mesmo inevitável".
"Nesta ocasião nunca há meios suficientes, mas a missão de que o primeiro-ministro me incumbiu nada tem a ver com o combate aos incêndios. Incumbiu-me de ir ao terreno, conversar com os autarcas e chegar perto dos problemas para tomar a dimensão e natureza dos estragos que estão a ser causados e da ajuda que o Governo pode dar", justificou o ministro.
"Ninguém ficou a dormir ao relento"
Os incêndios desta semana queimaram dezenas de casas no Norte e Centro do país. Segundo o ministro, nos municípios mais afetados há cerca de 15 casas de primeira habitação ardidas, mas "ninguém ficou a dormir ao relento".
"São números relevantes. De todas estas pessoas que ficaram sem casa, ninguém ficou a dormir ao relento. Essa primeira tarefa é dos autarcas e estão a fazê-lo com o maior empenho", sublinhou.
Quando as chamas estiverem apagadas, o Governo vai recorrer a fundos públicos - alguns do Orçamento do Estado - e "provavelmente também fundos europeus" para o trabalho de recuperação que vem a seguir.
"O Governo vai agora organizar-se para ajudar estas populações e temos de ter grande cuidado porque há pessoas que podem tentar abusar desta disponibilidade do Governo para usar meios públicos para reparar estragos. Temos de ajudar apenas quem precisa e quem não precisa, mas fazer isto usando o mínimo de burocracia necessária, só o indispensável para garantir que não estamos a ajudar quem não precisa", acrescentou Manuel Castro Almeida.
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