"Nestes dias mais críticos tivemos o maior dispositivo de combate de incêndios alguma vez mobilizado no nosso país", afirmou hoje Margarida Blasco, numa conferência de imprensa, na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em Carnaxide, no concelho de Oeiras (Lisboa).
Após cinco dias em silêncio, a ministra decidiu "falar ao país", num "momento em que se regista alguma acalmia" no combate aos fogos.
Citando dados da ANEPC, Margarida Blasco disse que entre sábado e quarta-feira "foram registadas 1044 ignições (incluindo 416 em período noturno), empenhados 37.772 operacionais, 10.639 meios terrestres e efetuadas 827 missões aéreas de combate, a que correspondem 8.757 descargas".
"Neste período mais crítico, de acordo com o relatório nacional provisório de incêndios rurais, no Continente, terá havido um total de área ardida de 94.146 hectares", afirmou.
Sete pessoas morreram e 166 ficaram feridas devido aos incêndios que atingem desde domingo sobretudo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga, Viseu e Coimbra, e que destruíram dezenas de casas.
A ANEPC contabiliza cinco mortos, excluindo da contagem dois civis que morreram de doença súbita.
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 121 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro já arderam mais de 100 mil hectares, 83% da área ardida em todo o território nacional.
O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias e sexta-feira dia de luto nacional.
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