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Operação de relojamento das famílias da Fajã das Galinhas premiada

A operação de realojamento das famílias que residiam na Fajã das Galinhas, concelho de Câmara de Lobos, realizada na sequência do incêndio de agosto, foi distinguida com um prémio nacional na área da ação social, anunciou hoje o município.

Operação de relojamento das famílias da Fajã das Galinhas premiada
Notícias ao Minuto

23/09/24 15:45 ‧ Há 2 Horas por Lusa

País Incêndios

"A operação de realojamento das famílias da Fajã das Galinhas, que visou garantir o realojamento seguro e digno de 114 pessoas, foi distinguida pela sua inovação e eficácia com o Prémio Excelência Autárquica na área de Ação Social, promovido pela organização Cidade Social", lê-se numa nota divulgada pela autarquia liderada por Leonel Silva.

 

Um incêndio rural deflagrou em 14 de agosto na ilha da Madeira, nas serras do município da Ribeira Brava, propagando-se progressivamente aos concelhos de Câmara de Lobos, Ponta do Sol e Santana. No dia 26, ao fim de 13 dias, a Proteção Civil regional indicou que o fogo estava "totalmente extinto".

Dados do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais apontam para mais de 5.104 hectares de área ardida, embora as autoridades regionais tenham sinalizado 5.116.

Em 17 de agosto, 120 moradores foram retiradas do sítio da Fajã das Galinhas, na freguesia do Estreito de Câmara de Lobos, nas zonas altas do concelho, devido às chamas que cercaram a zona e tornaram intransitável a única estrada de acesso, numa extensão de cerca de dois quilómetros ao longo de uma escarpa.

"A operação de realojamento das famílias da Fajã das Galinhas revelou-se um desafio sem precedentes, mas também uma oportunidade de demonstrar a nossa capacidade de resposta a situações de crise", diz a vereadora Sónia Pereira, responsável pelos pelouros da Educação, Intervenção Social e Juventude, citada na nota divulgada pelo município de Câmara de Lobos.

O prémio, acrescenta a autarca, é "um reconhecimento do esforço coletivo" da equipa do município, dos parceiros institucionais e da própria população de Câmara de Lobos.

A autarquia assegura que "até à próxima sexta-feira estarão realojadas 81 pessoas, sendo as restantes 35 alojadas à medida que forem surgindo mais imóveis disponíveis".

"Estes realojamentos foram possíveis através do recurso a uma estratégia inédita na Região Autónoma da Madeira: a criação de uma 'bolsa de imóveis desocupados' em parceria com entidades públicas e privadas", um modelo que "permitiu uma solução rápida e eficiente, proporcionando às famílias atingidas melhores condições de segurança e autonomia", explica ainda a vereadora.

O município de Câmara de Lobos, contíguo a oeste do Funchal, recorda que o plano de realojamento foi implementado no terreno após a declaração da situação de calamidade no município de Câmara de Lobos e da situação de alerta na localidade da Fajã das Galinhas, devido aos danos geológicos causados pelo incêndio.

"A instabilidade do terreno tornou perigoso o retorno das famílias às suas casas, obrigando à sua retirada imediata", lembra ainda a autarquia, salientando que entre os realojados 79 pessoas foram acolhidas por familiares e amigos, enquanto 43 pessoas ficaram temporariamente em centros comunitários.

Sónia Pereira lembra também que foi possível "mobilizar uma rede de 39 entidades, entre instituições públicas e privadas, que se prontificaram a colaborar".

"A criação de uma bolsa de imóveis desocupados e de um banco de donativos foi fundamental para acelerar o processo de realojamento e minimizar os impactos desta crise na vida das famílias", destaca a autarca.

Assim, o esforço conjunto permitiu angariar 23 imóveis, sendo 11 do setor público e 12 do privado, havendo alguns "cedidos gratuitamente por particulares, um gesto que a autarquia agradece profundamente".

"Esta operação municipal também prevê uma estratégia de longo prazo para garantir a continuidade e segurança destas famílias", reforça a autarca.

O município compromete-se igualmente "a suportar os custos da requalificação dos imóveis que necessitam de pequenas obras, além de assegurar os contratos de arrendamento de imóveis cedidos por particulares, até estarem disponíveis imóveis permanentes, estando a decorrer uma candidatura ao Programa 1.º Direito, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), para garantir a sustentabilidade do projeto e a construção de novas habitações.

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