A Amnistia Internacional denunciou, esta terça-feira, que o navio que transporta componentes explosivos que se destinam a fábricas de armamento na Polónia, Eslováquia e Israel "mantém a bandeira portuguesa".
Em causa está o navio Kathrin, que tem vindo a ser tema em cima da mesa. No final de setembro, o próprio navio, entre outros países, pediu a retirada da bandeira portuguesa, uma decisão "irreversível", após diligências do Governo português sobre o caso.
"A Amnistia Internacional - Portugal apurou que o navio ainda mantém bandeira portuguesa, o que lhe permite circular e descarregar os contentores de componentes explosivos que transporta", lê-se numa nota enviada ao Notícias ao Minuto, que dá ainda conta de que "várias diligências" foram levadas a cabo pela Amnistia Internacional - Portugal, e que, "até ao momento, o Ministério dos Negócios Estrangeiros ainda não respondeu ao pedido de agendamento de uma reunião urgente, feito pela organização na terça-feira da semana passada".
A organização apontou ainda que também "não foi prestado nenhum esclarecimento sobre as diligências levadas a cabo pelas autoridades portuguesa sobre a retirada da bandeira".
"Felizmente, as autoridades da Eslovénia, Malta e Montenegro não autorizaram o atracar do navio, invocado as suas obrigações ao abrigo das Convenções da Genebra, o que até ao momento impediu o navio de descarregar a sua carga", escreve ainda a AI.
A organização reforça o apelo já feito ao Governo para que "retire de forma imediata" a bandeira do navio em causa, considerando que "é fundamental que seja tomada rapidamente a decisão de retirada imediata da bandeira, mostrando assim ao mundo que Portugal está verdadeiramente empenhado em construir um mundo em que todas as pessoas possam viver em paz livres de violações de direitos humanos. Está nas mãos do Governo português contribuir para que milhares de vidas de civis inocentes sejam poupadas".
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