"Portugal beneficia da aprovação de um orçamento, acho que realmente a última coisa que os portugueses querem, tão pouco tempo depois das últimas eleições e de um ciclo repetido de muitas eleições, é de uma crise política e eleições antecipadas", disse.
Nuno Melo, que falava aos jornalistas à margem de uma visita à cimeira aeronáutica Portugal Air Summit, que decorre até sábado no Aeródromo Municipal de Ponte de Sor, no distrito de Portalegre, espera que os líderes políticos estejam "à altura" das circunstâncias e que entendam que o documento é fundamental para o desenvolvimento do país.
"Eu acho que os líderes políticos devem estar à altura do tempo e das circunstâncias e perceberem que este orçamento do Estado é um instrumento e uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento do país, não digo mais do que isto", disse.
Questionado pelos jornalistas se o orçamento está no "bom caminho" para vir a ser aprovado, Nuno Melo não quis avançar com um "prognóstico" em relação ao futuro.
"Não comento, eu concentro-me naquilo que depende de nós e desde logo no que depende de mim para a Defesa Nacional, o que depende dos outros eu esperarei pelo que tiver de acontecer, a política é muito dinâmica, mas eu sou um otimista por natureza e quero acreditar que o senso prevalecerá.
Questionado também sobre a entrevista à TVI/CNN do presidente do Chega, André Ventura, que disse que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, lhe propôs em privado um acordo com vista à aprovação do OE2025, que admitia poder integrar o Governo, o que foi desmentido pelo líder do executivo, Nuno Melo voltou a não comentar, sustentando que não assistiu à entrevista.
"Não vi, estava em viagem. Para ser totalmente franco não vi, não estou a mentir, juro", disse.
O ministro da Defesa Nacional anunciou ainda em Ponte de Sor que está a estudar uma hipótese para apresentar ao Governo, no sentido de aquisição de 'kits' para aplicar em aeronaves C-130, para utilização no combate aos incêndios em Portugal.
"É um investimento que eu quero lançar porque é de grande vantagem estratégica para Portugal", revelou.
De acordo com o governante, este equipamento que ficará ao serviço da Força Aérea, terá um investimento que rondará por aeronave "perto de sete milhões de euros".
"Se tivermos em conta o custo do combate a incêndios através de muitos outros dispositivos, é na verdade quase nada pelo retorno que pode dar", acrescentou.
O Governo entregou na quinta-feira, no parlamento, a proposta de Orçamento do Estado para 2025, que prevê que a economia cresça 1,8% em 2024 e 2,1% em 2025 e um excedente de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano e de 0,3% no próximo.
A viabilização na generalidade, cuja votação vai acontecer no dia 31, não está assegurada. Se a proposta for viabilizada, com a abstenção do PS ou, em alternativa, os votos favoráveis do Chega, será então apreciada na especialidade, entre 22 e 29 de novembro, estando a votação final global prevista para 29 de novembro.
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