MP pede estatuto de "maior acompanhado" para Ricardo Salgado
Procuradores do MP pedem ainda a certidão de teor integral do seu interrogatório de terça-feira.
Notícias ao Minuto com Lusa | 10:23 - 18/10/2024© DR
País Caso BES
O neurologista e médico de Ricardo Salgado, Joaquim Ferreira afirmou que "a doença foi mais forte do que qualquer dúvida" quando questionado sobre a chegada do ex-banqueiro, um dos principais arguidos do (extenso) caso que visa o Banco Espírito Santo e o Grupo Espírito Santo (BES/GES), ao tribunal, na terça-feira.
"Estar, hoje, à espera que alguém com 80 anos esteja na plenitude das suas faculdades físicas e cognitivas para responder a um inquérito não faz sentido", reiterou Joaquim Ferreira, em entrevista à SIC Noticias.
"É impressionante como é que há dois ou três dias se questionava a veracidade de uma doença; como é que alguém que tem uma demência num estado avançado é obrigado a comparecer numa sessão judicial. Dois dias depois questiona-se a adequação dessa pessoa que tem um quadro demencial a entrar pela porta", declarou o neurologista que apontou que "a mudança de atitude foi notável".
O médico - que acompanha Salgado há cerca de três anos - sublinhou ainda que este "não está capaz de emitir informação competente". Recordou também que "2% da população portuguesa tem demência".
De lembrar que, esta sexta-feira, o Ministério Público (MP) pediu o estatuto de maior acompanhado para Ricardo Salgado no âmbito do processo BES/GES.
Segundo o documento, assinado pelos procuradores presentes no julgamento em curso no Juízo Central Criminal de Lisboa, o MP quer a emissão de certidão de documentos entregues pela defesa de Ricardo Salgado aquando da sua contestação e das suas declarações em tribunal realizadas na terça-feira, quando fez a identificação formal como arguido no julgamento, com vista à instauração do processo de maior acompanhado.
A defesa de Ricardo Salgado tinha pedido que este fosse dispensado do julgamento, ao invocar o diagnóstico de Alzheimer, mas a juíza Helena Susano decidiu que este teria de comparecer e responder presencialmente por 62 crimes.
Segundo o Ministério Público, a derrocada do GES terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.
Leia Também: Estatuto pedido para Salgado é "boa notícia", mas "não altera nada"
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com