As equipas de intervenção rápida e do corpo de intervenção da Polícia de Segurança Pública (PSP) entraram no bairro do Zambujal, na Amadora, pelas 22h30 desta segunda-feira, e alguns agentes foram atingidos com "garrafas e pedras" quando tentavam entrar, juntamente com os bombeiros, para apagar os caixotes do lixo incendiados, adiantou aos jornalistas Ana Ricardo, subcomissário da PSP.
"Foi quando nos encontrávamos a dar apoio aos bombeiros. Houve o arremesso de algumas garrafas e pedras pelo que houve necessidade de fazermos outro tipo de atuação para reposição de ordem pública", explicou Ana Ricardo aos jornalistas.
Não há, para já, indicação de feridos ou detenções.
O comandante do Comando Metropolitano de Lisboa (COMETLIS) "sentiu necessidade" de se deslocar ao local "pela situação que é e todo o alarido que tem provocado".
A situação acalmou no bairro depois da polícia ter entrado.
Este bairro registou desacatos na segunda-feira à noite, com vários focos de incêndio, nomeadamente em caixotes do lixo, paragens de autocarro destruídas, um autocarro apedrejado e muita gente na rua.
Os desacatos estão a decorrer no bairro onde vivia um homem que morreu esta segunda-feira, depois de ter sido baleado pela PSP.
Antes, a PSP tinha explicado que estava a coordenar com os bombeiros para que os operacionais entrassem no bairro para apagar os focos de incêndio, tendo também proibido a entrada e saída de viaturas do bairro do Zambujal, continuando a autorizar a circulação dos habitantes.
Para o local foram destacados os bombeiros da Amadora e pelo menos uma equipa do INEM.
Pelas 23h45 de segunda-feira, continuava no local um forte dispositivo da PSP.
A PSP tinha adiantado em comunicado que um homem em fuga morreu após ser baleado pela polícia na Cova da Moura, quando tentava resistir à detenção e agredir os agentes com uma arma branca.
Segundo aquela força de segurança, os agentes da PSP deram ordem de paragem a um homem de 43 anos que, ao visualizar a viatura policial, encetou fuga para o interior do bairro da Cova da Moura, tendo o condutor entrado em despiste, abalroando viaturas estacionadas e o carro em que seguia ficado imobilizado.
De acordo com a PSP, na rua principal do bairro os agentes abordaram o suspeito, que "terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca".
"Esgotados outros meios e esforços", indica a PSP, um dos polícias recorreu à arma de fogo e atingiu o homem, "em circunstâncias a apurar em sede de inquérito criminal e disciplinar".
O suspeito foi assistido no local e transportado para o Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, onde veio a morrer pelas 06h20 desta segunda-feira.
A PSP adianta que foi dado conhecimento ao Ministério Público e à Polícia Judiciária, que se deslocou ao local da ocorrência.
A ministra da Administração Interna determinou hoje à Inspeção-Geral da Administração Interna a abertura de um inquérito "com caráter de urgente" sobre esta morte.
Além deste inquérito na IGAI, a PSP já tinha anunciado a abertura de um inquérito interno junto dos polícias e de testemunhas para apurar as circunstâncias que originaram esta ocorrência.
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