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Câmara da Amadora apela à "manifestação pacífica" depois de desacatos

A Câmara da Amadora assegurou hoje que está "a acompanhar de perto" os desacatos ocorridos no Bairro do Zambujal, na sequência da morte de um morador baleado pela PSP na Cova da Moura, apelando à "manifestação pacífica".

Câmara da Amadora apela à "manifestação pacífica" depois de desacatos
Notícias ao Minuto

22/10/24 22:23 ‧ Há 2 Horas por Lusa

País Bairro do Zambujal

"No âmbito das estreitas relações institucionais com a PSP, a Câmara Municipal da Amadora está a acompanhar de perto os eventos ocorridos recentemente no Bairro do Zambujal e na Cova da Moura, relembrando que estão a decorrer as devidas diligências por parte dos órgãos de investigação criminal", indica a Câmara da Amadora, numa nota enviada à Lusa.

 

Lamentando todos as situações que coloquem em causa "a ordem pública e a segurança de todos, bem como todos os atos de vandalismo no espaço público", o município do distrito de Lisboa liderado por Vítor Ferreira (PS) apela "à manifestação pacífica, serena, sem violência de qualquer ordem".

Na nota, a Câmara da Amadora assegura ainda que continuará a intervir para garantir "a devolução do espaço público e equipamentos aos moradores".

Um autocarro ficou hoje ao final da tarde completamente destruído no bairro do Zambujal, no cruzamento das ruas das Galegas e do Cerrado do Zambujeiro.

Segundo relatou à Lusa uma moradora, o autocarro foi mandado parar por um grupo de jovens do bairro que, depois de o motorista sair, lançou fogo à viatura. Foram também ouvidas explosões e disparos, perto de prédios de habitação no interior do bairro.

Equipas de Prevenção e Reação Imediata (EPRI) e de Intervenção Rápida (EIR) da PSP, que se encontravam na Praça São José, num dos acessos ao Zambujal, deslocaram-se nessa altura para o interior do bairro, dispositivo pouco depois reforçado com quatro carrinhas e outra viatura da Unidade Especial de Polícia.

Ainda durante a tarde, moradores do Zambujal promoveram uma concentração no bairro para exigirem "justiça" pela morte de Odair Moniz, 43 anos, na madrugada de segunda-feira, baleado por um agente da PSP.

Os manifestantes acabaram por desmobilizar após cerca de 20 minutos, mas ao longo da tarde continuaram a ouvir-se petardos a rebentar no interior do bairro.

Odair Moniz, de 43 anos, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de segunda-feira, no Bairro da Cova da Moura, na Amadora, e morreu pouco depois, no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.

Segundo a direção nacional da PSP, o homem pôs-se "em fuga" de carro depois de ver uma viatura policial na Avenida da República, na Amadora, e "entrou em despiste" na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, "terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca".

A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram a versão policial e exigem uma investigação "séria e isenta" para apurar "todas as responsabilidades", considerando que está em causa "uma cultura de impunidade" nas polícias. De acordo com os relatos recolhidos no bairro pelo Vida Justa, o que houve foram "dois tiros num trabalhador desarmado".

Na segunda-feira, o Ministério da Administração Interna determinou à Inspeção-Geral da Administração Interna a abertura de um inquérito urgente e também a PSP anunciou a abertura de um inquérito interno para apurar as circunstâncias da ocorrência. O agente que baleou o homem foi entretanto constituído arguido, indicou fonte da Polícia Judiciária.

Leia Também: Autocarro totalmente destruído pelas chamas no bairro do Zambujal

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