Técnicos de emergência pré-hospitalar elogiam Governo, mas mantêm greve

O Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) elogiou hoje a disponibilidade do Governo para negociar, mas disse que a greve às horas extra só será levantada com "soluções em cima da mesa".

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© Pedro Fiúza/NurPhoto via Getty Images

Lusa
06/11/2024 13:25 ‧ 06/11/2024 por Lusa

País

INEM

"Elogiamos e aplaudimos a disponibilidade manifestada pelo Governo", disse à Lusa o presidente do STEPH, Rui Lázaro, acrescentando que o compromisso do sindicato com os sócios é que "o levantamento da greve só com soluções em cima da mesa".

 

O responsável sindical disse não ter recebido ainda qualquer contacto da tutela.

Na conferência de imprensa final do Conselho de Ministros, o ministro da Presidência manifestou abertura do Governo para dialogar com os Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar e melhorar as suas carreiras

Confrontado com o impacto da greve às horas extraordinárias convocada pelo STEPH, que tem causado problemas na gestão do sistema de resposta a emergências de saúde, Leitão Amaro admitiu que existem problemas antigos e mostrou-se disponível para dialogar.

"Estamos disponíveis para, com os representantes dos técnicos de emergência médica, encetar um diálogo numa perspetiva de valorização das carreiras" e também, até ao reforço dos recursos humanos, melhorar as "condições de incentivo para a execução desse trabalho suplementar", afirmou.

Desde quarta-feira que os TEPH estão em greve às horas extraordinárias para pedir a revisão da carreira e melhores condições salariais, uma situação que está a criar vários problemas no sistema pré-hospitalar e na linha 112.

Na segunda-feira, a greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar obrigou à paragem de 44 meios de socorro no país durante o turno da tarde, agravando-se os atrasos no atendimento da linha 112.

Depois de o STEPH ter denunciado no fim de semana dois óbitos por atrasos no atendimento na linha de emergência -- que levou o Governo a anunciar uma auditoria ao INEM - , hoje o jornal Público dá conta de mais um caso, em que não foi atendido o pedido de socorro de uma idosa que se sentiu mal no Tribunal de Almada e foi transportada pela PSP para o Hospital Garcia de Orta, onde acabou por morrer.

O INEM já confirmou o impacto da greve, recomendou às pessoas que não desliguem as suas chamadas até serem atendidas e anunciou um reforço do Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM) com 10 ambulâncias de socorro, distribuídas por Postos de Emergência Médica (PEM) em corpos de bombeiros e delegações da Cruz Vermelha Portuguesa.

A Liga dos Bombeiros Portugueses avisou na terça-feira que "o colapso" do sistema de triagem de doentes gerido pelo Instituto Nacional de Emergência Médica está a criar uma "pressão extraordinária" nas corporações de bombeiros.

Leia Também: Greve no INEM faz 3.ª vítima? Idosa morre após sentir-se mal em tribunal

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